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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Empresas investem em tecnologia para salvar corais do Nordeste

18 de setembro de 2021
Heloisa Araujo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Os projetos ReefBank e BioFábrica de Corais, desenvolvidos respectivamente nos estados da Bahia e de Pernambuco, propõem soluções inovadoras para promover a sobrevivência de corais. Os recifes de corais são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas marinhos, pois nesses locais diversas espécies de peixes encontram alimento e abrigo. Devido ao aquecimento das águas do oceano e a poluição, os corais estão entre as espécies ameaçadas de extinção.

A BioFábrica de Corais é uma startup que desenvolve estruturas em 3D com auxílio de biotecnologia. A tecnologia, patenteada por eles, é usada para construir estruturas onde os corais podem crescer, como berços. Eles reúnem pedaços de corais caídos no mar de Porto de Galinhas (PE) e colocam em “mesas”, feitas de canos de plástico, que são envolvidas quando os corais começam a crescer e dar origem a outros corais. Segundo O Estado de São Paulo, a iniciativa conta com a colaboração de associações de jangadeiros, donos de hotéis e ONGs locais que buscam ampliar a ideia pelo litoral pernambucano.

Foto: Ilustração | Pixabay

Na Bahia, a tecnologia usada é inédita no Brasil. Os cientistas do projeto ReefBank, apoiado por iniciativas privadas e pelo Instituto Coral Vivo, criaram um banco de óvulos e espermatozóides. Além de coletarem os gametas e realizarem exames para avaliar a qualidade do material recolhido, os pesquisadores pensam na possibilidade de realizarem pela primeira vez no país a fertilização in vitro de corais. Entretanto, esse não é o objetivo principal da pesquisa, e sim a criopreservação de gametas. Como explica Leandro Godoy, pesquisador e zootecnista e parte da equipe na UFRGS, “a estocagem segura do material genético por tempo indeterminado, pode se tornar uma das peças-chave na luta contra a extinção”.

Foto: Leandro Godoy

O Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC), relatório divulgado pelas Nações Unidas, projeta que a população de recifes de corais pode diminuir de 70% a 90% nos próximos anos, o que poderia acarretar em danos irreparáveis. Segundo Vinícius Nora, analista de Conservação da ONG WWFBrasil, iniciativas como a ReefBank e a BioFábrica de Corais podem ser replicadas em outras localidades e combater, de forma mais eficaz, as consequências do aquecimento global.

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