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CRUELDADE

ONG pede punição a empresa por maus-tratos a patos explorados para consumo

Uma investigação realizada por meio de câmeras secretas revelaram terríveis condições de maus-tratos impostas aos patos dentro de matadouros da Gressingham Foods

17 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/YouTube/Animal Justice Project

A instituição Animal Justice Project iniciou uma campanha pela punição de uma empresa que submeteu patos explorados para consumo a condições de extremos maus-tratos no Reino Unido. A campanha foi iniciada após o Crown Prosecution Service (CPS), órgão equivalente ao Ministério Público, decidir não processar a Gressingham Foods.

A decisão do CPS foi uma resposta a uma investigação realizada por meio de câmeras secretas que revelaram terríveis condições de maus-tratos impostas aos patos dentro de matadouros da empresa que comercializa seus produtos em supermercados como Sainsbury’s, o Waitrose, o Tesco e o Morrisons.

De acordo com o Animal Justice Project, as filmagens mostraram um “total desrespeito ao bem-estar dos patos” e infrações às leis britânicas. Nas imagens, é possível ver patos sendo jogados em uma rampa e “descartados como lixo”, além de animais “deixados para sofrer” presos a ganchos de cabeça para baixo.

Durante 12 horas de gravação, regulamentos de bem-estar animal que já não são capazes de impedir que os animais sofram – por ser impossível matar animais para consumo sem submetê-los a sofrimento – foram desrespeitados, aumentando ainda mais o sofrimento dos patos.

Nas imagens, é possível ver patos deixados de cabeça para baixo de 12 a 14 minutos, quando os regulamentos da União Europeia exigem que o tempo máximo seja de 2 minutos. Especialista em leis de bem-estar animal, o professor Andrew Knight classifica os ganchos como objetos “desumanos”. “[A suspensão] é uma posição não natural e exerce uma força considerável nos ossos e tecidos moles das patas e pés”, afirmou. Segundo ele, patos são animais pesados e, por isso, podem sofrer fraturas e outros ferimentos ao ficarem pendurados nos ganchos – o que pode ser “extremamente estressante”, segundo o professor.

Argumento do CPS expõe especismo da sociedade

Ao justificar porque não abriria um processo para investigar o caso, o CPS argumentou que os maus-tratos aos patos não são “de interesse público”. A argumentação reflete o especismo não só do próprio órgão, mas também da sociedade, que em sua maior parte realmente não se importa com o sofrimento dos animais explorados para consumo, já que se alimenta dos produtos advindos da agropecuária sem refletir a respeito da crueldade dessa prática.

Apesar disso, não é a primeira vez que a Gressingham Foods é acusada de maus-tratos. Há três anos, a empresa foi notificada pela Agência de Normas Alimentares do Reino Unido (FSA) sobre graves infrações cometidas contra o bem-estar dos patos explorados pela companhia.

Mais de 50 mil pessoas pedem justiça

Indignada com a postura do Crown Prosecution Service, a Animal Justice decidiu elaborar um abaixo-assinado para pedir que a Gressingham Foods seja processada. A iniciativa já conta com mais de 50 mil adesões.

Na petição, a entidade de proteção animal reforça que o sistema não protege os animais e que grandes corporações enfrentam “consequências mínimas”.

“Devemos sempre exigir que sejam tomadas medidas, e mais de 50.000 membros concordaram conosco. A Gressingham Foods deve ser processada. Pedimos com urgência por justiça para os patos da Gressingham”, afirmou a Animal Justice em nota enviada ao portal PBN.

Confira as imagens do matadouro:

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