Especialistas estão notando que grupos de baleias estão mudando suas melodias, o que está confundindo a identificação de antigos baleais (coletivo de baleias) estudados há anos. Cientistas trabalham com algumas hipóteses, como o fato de terem percebido que o canto atrai seres humanos e também com o fato de novas gerações estarem criando nova canções como uma forma de evolução e renovação cultural.

Isso ainda não é regra. Grupos que vivem em regiões mais isoladas e cercadas por continentes, como as baleias-jubartes do Atlântico Norte, ainda mantém a mesma melodia dos seus ancestrais, mas isso pode mudar quando essas baleias encontrarem outros individuais e realizarem trocas interculturais. Esses animais são extremamente complexos e inteligentes e lutam para sobreviver.

Períodos migratórios e reprodutivos são as oportunidades perfeitas para encontrar outros animais e aprender coisas novas e trocar informações. As jubartes do Pacífico Sul estão em constante evolução e mudam suas melodias anualmente. Os dados são de um estudo envolvendo pesquisadores das universidades de Londres e de St Andrews e serão publicados na revista Philosophical Transactions of the Royal Society B.

Agora, os cientistas querem descobrir o porquê das melodias. Se é algum tipo de comunicação intergrupal ou se está relacionada com a atração de relacionamentos amorosos. O canto subaquático não é comum em baleias e é um comportamento mostrado apenas por jubartes e algumas baleias-azuis.

Lies Zandberg, do Departamento de Psicologia de Royal Holloway, avalia o estudo como fascinante. “O canto das baleias-jubarte é um dos exemplos mais fascinantes de transmissão de uma característica cultural em qualquer animal não humano, mas seu tamanho, distribuição e enormes migrações tornam quase impossível estudar este processo de aprendizagem de canções experimentalmente”.

E completa: “Adotar uma perspectiva evolucionária cultural sobre o canto das baleias nos permitiu entender na escala das bacias oceânicas como esses dois padrões completamente diferentes de mudança cultural podem surgir, dando-nos uma melhor compreensão da complexidade e profundidade da cultura no reino animal”.