EnglishEspañolPortuguês

INVESTIGAÇÃO

Cães mortos após vacinação receberam insulina em vez de vacina em Magé (RJ)

A causa das mortes e das fortes reações em animais que participaram da campanha de vacinação antirrábica foi confirmada pela prefeitura do município, que informou que houve falha humana

8 de setembro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Reprodução

A Prefeitura de Magé, no Rio de Janeiro, revelou que a causa da morte de cachorros vacinados durante a campanha municipal de combate à raiva foi a aplicação de insulina no lugar da vacina antirrábica. Além das vítimas fatais, dezenas de cães e gatos apresentaram fortes reações.

Nesta quarta-feira (8), mais uma morte foi registrada, subindo para 11 o número de cachorros mortos. Todos receberam insulina no sábado (4) após participarem da campanha de vacinação na Unidade de Saúde da Família do Britador, no bairro Santo Aleixo.

Além da sindicância aberta pela prefeitura, que levou à descoberta da causa das mortes, uma investigação também foi iniciada pela polícia, com inquérito aberto na 65ª Delegacia de Polícia de Magé.

A administração municipal afirma que os animais foram mortos em decorrência de falha humana e garante que não há qualquer indício de irregularidade no lote de vacina distribuído pela Secretaria Estadual de Saúde para os 92 municípios do Rio de Janeiro.

Diante da descoberta da causa das mortes, a nova data para a imunização contra raiva para animais da capital do estado foi confirmada. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a vacinação será realizada no dia 25 de setembro.

“A cachorra era uma filha nossa”

Uma das vítimas fatais da aplicação errada durante a campanha de vacinação em Magé foi a cadela Trigesa, que tinha 16 anos e era companheira inseparável de seu tutor, Mário Silva.

No último sábado (4), a cachorra foi vacinada e morreu pouco tempo depois. “Como de praxe na época de vacina, eu costumo trazer minha cachorra no PSF. Eu trouxe, não foi diferente sábado”, disse Mário ao G1. Segundo ele, Tigresa morreu no mesmo dia.

“Eu corri no quintal, ela estava total tremula, gritava muito, eu fiquei desesperado. A cachorra saudável, retornei no meu quintal e minha cachorra estava morta igual a um pau, aquilo me doeu muito, é uma vida, a cachorra era uma filha nossa”, desabafou.

Funcionários serão exonerados

Antes mesmo de ter sido confirmado que os animais receberam insulina em vez de vacina, a Secretaria Municipal de Saúde de Magé já havia levantado essa hipótese e afirmado que, caso isso se confirmasse, os funcionários envolvidos seriam exonerados.

“De um total de quase 36 mil doses aplicadas no último sábado, em 53 postos de vacinação, apenas uma única unidade registrou as reações”, pontuou a prefeitura, que explicou ainda que “toda a equipe envolvida no processo de vacinação ocorrido na unidade foi afastada por ato da Secretaria de Saúde, nesta segunda feira (6)”.

Segundo a administração municipal, “se forem confirmadas as suspeitas, os agentes que atuaram na unidade serão exonerados e todos os documentos do processo administrativo serão encaminhados às autoridades policiais para a responsabilização penal”.

O caso é acompanhado pelo Ministério da Saúde, que foi notificado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro.

Você viu?

Ir para o topo