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INSEPARÁVEIS

Homem reencontra cadela na saída de hospital após internação por Covid-19

4 de setembro de 2021
Milena Barbosa | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Portal A Cidade On

A vida é marcada por despedidas e encontros, mas de algo temos certeza: ninguém consegue seguir a jornada sozinho, sem amigos. Amizade essas que estão materializadas em pessoas ou, até mesmo, nos queridos animais domésticos, companheiros para todas as horas.

De acordo com o portal A Cidade On, a jornada de Alberto Waldemar Adriano, de 73 anos, traduz muito bem isso. Ele já trabalhou como mecânico, pedreiro e hoje tem como casa uma van, que usa para viajar pela região, sempre acompanhado de sua bela família: duas cadelinhas.

Em um posto de combustíveis da rodovia Washington Luís (SP-310), próximo a São Carlos, São Paulo, onde costuma parar a van, ele passou mal, sendo socorrido por uma ambulância da Concessionária Eixo. Nessa pandemia, o idoso foi infectado pelo Coronavírus. Logo, foi direcionado para o Centro de Triagem do Ginásio “Milton Olaio Filho”, onde desde o início do transporte as cachorrinhas permaneceram com o dono, mas com a internação dele tiveram que se separar.

As cachorrinhas foram levadas para uma ONG em Brotas, que possui parceria com a concessionária Eixo e cuida dos animais recolhidos. A veterinária Camila Martinelli alegou que as levaram para um sítio, usado para abrigar os bichinhos, onde duas cadelas foram batizadas de “Chambinha”.

“O trabalho da concessionária Eixo, de tirar esses animais das rodovias, é fundamental, pelas vidas dos animais e das pessoas. Eles tiram para não causar um problema maior e eu cuido até achar o proprietário. No caso do seu Alberto, ficamos com a “Chambinha” até que ele se recuperasse e tivesse alta”, explica a veterinária através do portal A Cidade On.

Alberto foi transferido para a Santa Casa de São Carlos no dia 20 de agosto e recebeu alta nessa quinta-feira (26/08). No estacionamento do hospital, fizeram uma surpresa para ele: “Chambinha” foi trazida pela concessionária, com apoio da Prefeitura de São Carlos, para reencontrar Alberto. Já a outra cadelinha “Chambinha”, que havia fugido, foi encontrada no fim da tarde dessa quinta-feira (26) pela ONG de Brotas.

“Eu não tenho nem palavras para agradecer. Fui muito bem recebido e, na minha saída, ainda reencontrei a minha cadelinha. Só tenho que agradecer de coração mesmo”, relata Alberto através do portal A Cidade On.

Além disso, Alberto também ganhou um ‘kit’ do grupo de voluntárias da Santa Casa, com toalhas, cobertores e produtos de higiene pessoal. A médica residente em clínica médica, Débora Garcia Gullo, foi uma das profissionais de saúde que cuidaram de Alberto nos setores Covid, da Santa Casa, e se emocionou ao saber que ele vivia sozinho e que a sua família era as cachorrinhas.

Alberto disse para a médica que não teve oportunidade de casar e ter filhos, não tendo ninguém na vida, além de suas duas cachorrinhas. Por isso, quer compartilhar a vida com às duas. “Isso me tocou bastante, porque sou apaixonada por animais de estimação. Falei para ele que eu agradeço por tê-lo conhecido e compartilhado essa história conosco”, afirma a médica através do portal A Cidade On.

Já para a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Crislaine Mestre, o que mais chamou a atenção foi a relação de amizade entre eles. “Quando estamos doentes, temos toda a família em volta de nós. No caso dele, sua família são esses animais”. Ao ver essa linda amizade, e a lealdade que os mesmos têm com ele, todos da clínica ficaram comovidos, afirma a diretora através do portal A Cidade On.

A psicóloga Juliana Tedesco, coordenadora do Centro Integrado de Humanização da Santa Casa, ressalta que “Falar de humanização é tratar com individualidade cada paciente que está no hospital. E o vínculo desse paciente com as cadelinhas é algo muito importante, é muito bonita a história dele”, pontua Juliana.

A médica infectologista e coordenadora do Serviço de Controle de Infecção relacionada à Assistência em Saúde (SCIRAS) da Santa Casa, Carolina Toniolo Zenatti, resume toda essa bonita história que teve um final feliz.

“Vimos que ele possuía várias necessidades, não só financeira, mas também afetiva. Então enxergamos a importância que as cadelinhas tinham para ele, isso é inclusive importante para a reabilitação. Quando há casos assim, tentamos fazer ações como essa acontecerem, dando o suporte integral que ele precisa”. Afirma Carolina Toniolo, através do portal A Cidade On.

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