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CRUELDADE

Envenenamento em massa causa a morte de dezenas de gatos em Jateí (MS)

Envenenar animais é crime previsto na Lei Sansão, que prevê punição de dois a cinco anos de prisão, além de multa

17 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Gato encontrado morto em Glória de Dourados, cidade vizinha à Jateí, onde envenenamentos também estão sendo registrados (Foto: Reprodução/Região Online/O Povo Online)

Dezenas de gatos foram assassinados na cidade de Jateí, a 265 quilômetros de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. As mortes foram causadas por envenenamento, prática criminosa que configura maus-tratos a animais.

Além dos gatos, um cachorro também foi envenenado, mas conseguiu sobreviver após ser socorrido e levado a uma clínica veterinária. A tutora do cão, Vanessa Tramontin Chaves, também teve um gato envenenado, mas não conseguiu salvá-lo. “Tive um gato que mataram na calçada da minha casa. Quem tem algum animal em casa cuida e ama como um membro da família. Eu fico indignada com a atitude de alguns seres humanos”, lamentou.

Em entrevista ao portal Mídia Max, o procurador da Câmara Celso Reic Urbieta, tutor de 10 gatos, também relatou ter perdido um dos animais em decorrência de envenenamento. O gato foi encontrado morto na última semana.

“Eu vi ele normal à tarde, entrei para meu escritório, fiquei lá mais ou menos uma hora e de repente minha esposa me chamou porque viu ele caído no quarto. Levamos ao veterinário e ele atestou o óbito e também a razão pela qual ele morreu, que foi envenenamento”, explicou Urbieta.

Indignado com o crime, o procurador recorreu às autoridades e registrou um boletim de ocorrência na delegacia. Ele espera que o caso seja investigado e o responsável pela morte do animal seja punido. É o mesmo desejo de Jana Araújo, que viu seus dois gatos morrerem após serem envenenados. “É complicado, é horrível ver a agonia dos inocentes”, desabafou.

Proprietária da clínica veterinária Cia dos Bichos, localizada na cidade de Fátima do Sul, a poucos quilômetros de distância de Jateí, Zeneide Alves da Silva presenciou o aumento no número de animais que chegaram à unidade de saúde após serem envenenados.

“Infelizmente, essa é uma realidade aqui na região. Em Glória de Dourados, nos últimos dias, tivemos uns dez casos consecutivos”, relatou.

O perigo das ruas para gatos e cachorros

Os tutores de gatos mortos pelo serial killer Steve Bouquet, na Inglaterra, aprenderam da pior forma sobre a importância de impedir que animais tenham acesso à rua sem a supervisão de um responsável. Depois de lutar para salvar a vida de Cosmo e vê-lo morrer, Lucy Kenward se arrependeu amargamente por ter deixado que o animal saísse para a rua sozinho. Mesmo sem condições financeiras, ela investiu 5 mil euros em uma clínica veterinária para socorrer Cosmo, mas não conseguiu trazê-lo de volta para casa.

“Cosmo fazia parte da família, eu o tive oito anos antes de ele ser morto. Eu sinto um sentimento definitivo de culpa por minha decisão de deixá-lo sair”, lamentou. O sofrimento foi o mesmo para Emma Sullivan, que relatou ao tribunal o doloroso momento em que encontrou o gato Gizmo morto na calçada de sua casa. “Eu estava completamente perturbada. Eu desabava em lágrimas, completamente inconsolável”, disse.

Para Catherine Mattock, era impossível parar de pensar em Alan nos dias que se seguiram ao assassinato do gato. Até hoje, ela não consegue apagar da memória a cena do animal “morto, mas quente em meus braços, coberto de sangue”. Segundo a tutora, Alan tinha uma “natureza brincalhona e inocente”. Catherine disse ainda que, ao ver o gato correndo em direção à calçada, pensou que ele”ia ter um derrame”, mas quando se aproximou percebeu que o animal tinha sido esfaqueado.

Crimes como os cometidos pelo serial killer britânico vitimam animais em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde assassinatos de gatos envenenados são comuns. As ruas são perigosas para os animais, que podem não só ser envenenados, mas também agredidos e atropelados, além de correrem o risco de adquirir doenças ou sofrer ferimentos em brigas com outros animais.

Por conta disso, é necessário que o tutor impeça o acesso de cães e gatos à rua e isso pode ser feito por meio de telas de proteção. Em apartamentos, devem sempre ser utilizadas por famílias que tutelem cachorros ou gatos. Nas residências, deve ser estudada a necessidade do uso das telas no caso de casas onde vivem apenas cães – se o muro for alto e o portão for fechado, provavelmente não será preciso telar o imóvel. No entanto, em propriedades onde vivem gatos é sempre necessário recorrer às telas – seja nas janelas, mantendo o gato dentro de casa, ou no quintal.

Atualmente, há diversas empresas especializadas em telas de proteção. Para aqueles que precisam investir menos dinheiro, é possível comprar a tela e ganchos em lojas de material para construção e fazer a aplicação por conta própria

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