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EXTINÇÃO

Construção de estrada põe em risco proteção de cangurus-arborícolas

2 de agosto de 2021
John C. Cannon (Mongabay) | Traduzido por Lucas Araújo Faro Correa
16 min. de leitura
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As montanhas Torricelli do noroeste da Papua-Nova Guiné são o lar para uma grande variedade de vida selvagem, incluindo três espécies de cangurus-arborícolas.

Recentemente, a construção de uma estrada que poderia eventualmente ser usada por madeireiros, têm chegado perto da fronteira de uma área de preservação proposta que, se fosse contemplada, seria a segunda maior do país.

A Tenkile Conservation Alliance, uma ONG da Papua-Nova Guiné, tem trabalhado com comunidades por cerca de duas décadas nas montanhas Torricelli, com o objetivo de melhorar a vida dos seres humanos e animais selvagens que habitam as montanhas.

Agora, os líderes do grupo receiam que a estrada poderia pôr em risco a recuperação tênue de muitas das áreas das espécies de cangurus-arborícolas ameaçadas.

Foto: Tenkile Conservation Alliance

Ainda em 1980, caçadores nas florestas das montanhas Torricelli do noroeste da Papua-Nova Guiné poderiam contar no ensacamento de pelo menos um par de cangurus-arborícolas em uma única excursão.

Cerca do dobro do tamanho médio de um gato doméstico, esses marsupiais arborícolas (Dendrolagus spp.) estão relacionados com os limites mais conhecidos da Austrália e da Tasmânia. Cangurus-arborícolas têm também sido por muito tempo um item na dieta de comunidades de habitação florestal pela Papua-Nova Guiné. Conversas com anciões das vilas nas montanhas Torricelli sugerem que um único hectare nas montanhas tem abrigado 10 ou mais animais, ou aproximadamente 4 por acre, uma densidade impressionante pelo o que era imaginado ser um animal muito solitário.

Porém no meio dos anos 80, os caçadores dizem que a seus “objetivos de exploração” tinha aumentado tão pouco, que não valia a dificuldade fazer viagens dedicadas às caçadas. Hoje, entretanto, há sinais de que o deslize dos cangurus em relação a extinção pode ter mudado de rumo, graças a grande parte dos esforços de 50 vilas nas montanhas Torricelli, que trabalham com uma ONG chamada Tenkile Conservation Alliance (TCA). As comunidades pararam de caçar os cangurus-arborícolas, e elas vieram em conjunto em 2010, para requisitar a criação de uma área de preservação de longo alcance, com a finalidade de preservar o habitat dos cangurus-arborícolas nas grandes florestas ainda intactas no alcance das montanhas Torricelli. Desde este fato, o número de cangurus-arborícolas têm crescido, e os animais têm aparecido em partes das montanhas em que eles não são vistos a décadas.

Contudo, no meio de Maio de 2021, equipes de construção e seus equipamentos têm limpado áreas da floresta, para uma nova estrada que conectaria às montanhas ricas em madeira da cordilheira Torricelli com a cidade costeira de Aitape. Anthony Wouwou, o governador da província de Sandaun, compareceu à inauguração oficial da estrada, sancionando efetivamente a construção.

Embora a estrada tenha ainda que penetrar os limites do que seria a área de preservação, o TCA e diversas comunidades próximas dizem que eles jamais foram consultados sobre a construção e estão ansiosos sobre seus impactos. Fidelis Nick, um agente do projeto com o TCA que também vive e possui terra na vila de Muku, confirmou que as autoridades não tinham procurado o consenso de sua comunidade ou de outros vilarejos que ficam no caminho da estrada. Nick disse que as comunidades estavam praticamente todas de acordo que elas não queriam uma nova entrada na floresta que eles trabalharam tanto para proteger.

Além de afetar as suas propriedades de terras individuais, eles dizem que isso facilitaria o acesso de madeireiros nas montanhas, potencialmente levando a destruição da floresta, ameaçando o trabalho feito pelas comunidades.

“Não queremos que esse habitat seja destruído”, disse Nick ao Mongabay.

Montanhas ‘mágicas’

Uma pequena linha de montanhas com cristas de aproximadamente 1.650 metros ancoram o alcance das montanhas Torricelli. A floresta tropical de planície, de grande parte ainda primária e sem perturbações, cobre a faixa próxima ao nível do mar e a subida, acolhendo uma verdadeira atmosfera de vida em uma das ilhas mais cheias de vida no planeta. A Nova Guiné, localizada entre Papua Nova Guiné e a Papua (província da Indonésia), conta com cerca de 10% de toda a biodiversidade do planeta Terra, em apenas 0,5% de sua área terrestre. Ela também tem o maior número de plantas em qualquer ilha por um grande número, mais especificamente, cerca de 13.664 espécies descobertas, além do número continuar crescendo, de acordo com um estudo de 2020.

“Quando você chega nas montanhas, é realmente mágico”, disse Jim Thomas, CEO da TCA, em uma entrevista. “E se você é sortudo o suficiente para se aproximar a uma dessas espécies, é incrível. É simplesmente incrível o que há lá.”

Nos anos 80 e 90, o zoólogo australiano Tim Flannery descreveu duas novas espécies de cangurus-arborícolas nas montanhas Torricelli, o tenkile (Dendrolagus scottae), também conhecido como ‘canguru-arborícola do Scott’, e o weimang (D. pulcherrimus). Porém populações locais, particularmente as endêmicas do tenkile, diminuíram tanto que o zoólogo acreditava que pudesse estar testemunhando a última geração da existência dessa espécie. As caçadas, junto com a perda de cerca de 99% de seu habitat, têm tido seu preço a espécie. Hoje, todas as três espécies de cangurus-arborícolas ainda estam listadas como espécies em risco grave de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mas as montanhas são ainda alguns dos poucos lugares onde o número de cangurus-arborícolas se sobrepõe.

A faixa de Torricelli é também o lar para cerca de 40% dos mamíferos do país. Flannery descobriu nos anos 90 aproximadamente metade de todas as aves da Papua-Nova Guiné, de acordo com pesquisas biológicas. A pesquisa própria do TCA descobriu três lagartos-monitores e seis novas espécies de sapos, sugerindo que um censo herpetológico mais amplo é justificável. Os cientistas notam o quão pouco é conhecido sobre a fauna do país, especialmente seus répteis e anfíbios, e eles suspeitam que mais espécies aguardam descrição neste canto remoto.

Sobre as espécies conhecidas, muitas estão ameaçadas. Pelo menos 5 de 7 mamíferos em risco da Papua-Nova Guiné vivem nas montanhas Torricelli, incluindo o cuscuz pintalgado (Spilocuscus rufoniger) e o planador do norte (Petaurus abidi), dois marsupiais em risco extremo.

Uma análise de dados de desmatamento do Global Forest Watch revela que a cobertura de árvores na área de conservação proposta diminuiu 1,5% entre 2001 e 2020, o mesmo percentual perdido na província de Sandaun por um período similar. Porém nos anos mais recentes, essas diminuições tiveram um pico, particularmente na região primordial e da floresta intacta. Ao mesmo tempo, estradas de exploração florestal começaram a aparecer em grandes concentrações no mapa, nos últimos 5 anos. As ameaças eminentes ao habitat rico aumentaram a urgência do TCA, em assegurar um reconhecimento oficial do governo sobre a área de conservação.

Pessoas e animais selvagens

Cientistas internacionais e nacionais se juntaram com os donos de terra da Papua-Nova Guiné para criar a Aliança de Conservação das Montanhas Torricelli, depois de uma reunião em 1998 com um grupo de especialista em planejamento de conservação da IUCN, na cidade de Lae, na qual eles têm discutido o futuro do país dos cangurus-arborícolas.

A designação oficial do TCA na Papua-Nova Guiné veio em 2001, e dois anos depois, o grupo contratou Jim Thomas e sua esposa, Jean, para trabalhar com o TCA. Guardas do zoológico por profissão, a dupla queria trabalhar na conservação de espécies ameaçadas. Então eles se mudaram da Austrália para Lumi, uma cidade nas montanhas Torricelli, e eles acabaram criando seu filho na Papua-Nova Guiné. Em 2005, o grupo começou a formular uma proposta para a Área de Conservação das Montanhas Torricelli, que algum dia poderia ser a segunda maior do país.

Thomas disse que a estratégia dos centros do TCA em cuidar das pessoas e da vida selvagem na faixa de Torricelli. Para repor as proteínas que os cangurus-arborícolas e outros animais selvagens antigamente forneciam às dietas das comunidades, por exemplo, o TCA introduziu a pescaria e a criação de coelhos nas comunidades.

“Eu acredito que o que Jim e Jean estão fazendo é absolutamente a única maneira de seguirmos se nós ligamos sobre a preservação das florestas e dos animais presentes,” disse o primatólogo Jane Godall disse na Into The Jungle, um documentário sobre a família Thomas. “A menos que possamos ter as pessoas do local como nossas parceiras, nós não poderemos esperar que conservemos qualquer animal que viva na floresta.”

Por meio de doações, foram trazidos painéis solares e tanques de água para as comunidades. Os programas incluem educação sobre a biodiversidade da região, e mais de uma dúzia de membros de comunidades locais participam da pesquisa como funcionários da organização.

“A única maneira de fazer a conservação da Melanésia é numa base ganha-ganha, onde a comunidade ganha benefícios com a conservação das espécies,” disse o biologista Tom Flannery no In The Jungle.

Esses tipos de programa parecem que estão melhorando muito a vida dos animais selvagens nessas áreas. Pesquisas do TCA sugerem que mais de 300 tenkiles habitavam as montanhas Torricelli, a partir de meados dos anos 90, quando Flannery estimou que não havia mais de 100 sobreviventes na natureza. As estimativas da IUCN colocam o número de tenkiles adultos em cerca de 200, baseado nos dados de 2015.

Thomas disse que também presenciou uma mudança no pensamento em muitos dos 12 a 13 mil pessoas vivendo nas 50 comunidades onde o TCA trabalha.

“Quando nós começamos, os cangurus-arborícolas eram considerados apenas comida,” disse Thomas. A atitude era, “eu estou com fome, eu estou indo comer, você não pode me impedir,” acrescentou ele.

Hoje, as comunidades perceberam que o número de cangurus-arborícolas não é inesgotável, concordando com uma moratória sobre a caça. Agora, “as pessoas dizem, tenkiles e weimangs (cangurus-arborícolas) são nossas medalhas de ouro, e precisamos mantê-los brilhando,” disse Thomas.

Membros de comunidades perceberam também que participar pode ajudar a segurança do seu lugar na paisagem.

“A área de conservação é muito importante para nós, porque isso ajuda a proteger os direitos das nossas terras e proteger os nossos direitos culturais indígenas,’ disse Fidelis Nick. “Então queremos nos levantar e apoiar o programa de conservação.”

Foto: Tenkile Conservation Alliance

Na beira da aprovação

Em Agosto de 2019, as comunidades e o TCA pareciam de maneira bem próxima para fixar as proteções para os cangurus-arborícolas da montanhas Torricelli e muitas outras espécies quando Jeffrey Kama, ministro do Meio-ambiente da Papua-Nova Guiné, deu voz a seu apoio para a criação da Área de Conservação das Montanhas Torricelli. Esse aceno positivo seguiu após anos e anos de envio de propostas para o governo federal.

O último envio do grupo no mesmo ano incluiu assinaturas de líderes masculinos e femininos de todas as 50 comunidades do TCA, apoiando a área de conservação que cobriria 1.850 quilômetros quadrados de terra. A proposta também apresentou o que seria e o que não seria permitido dentro dos limites da área. Os vilarejos têm trabalhado para mapear áreas de caçadas, pescarias e de jardinagem, assim como pontos que são fora dos limites das pessoas.

Thomas têm assistido a designação de outras áreas protegidas no país, em tempos mais curtos, então com o apoio do ministro do Meio-ambiente em 2019, ele acreditava que a hora da Área de Conservação das Montanhas Torricelli tinha finalmente chegado, ou pelo menos, aparentava.

No mesmo ano, entretanto, Thomas ouviu rumores sobre uma estrada de exploração florestal que passaria no meio da área proposta. Depois, o primeiro-ministro decidiu indicar um novo ministro do Meio-ambiente como parte de uma reorganização de seu gabinete em Novembro de 2019, um que ainda tem que oferecer o mesmo apoio à Área de Conservação das Montanhas Torricelli como seu antecessor apoiou.

O próximo ano trouxe a COVID-19, forçando a família Thomas a se realocar novamente em Queensland, na Austrália, e aguardar o fim da pandemia. Depois, em 2021, eles ouviram de Nick e funcionários que a construção da estrada tinha começado. Hoje, a Papua-Nova Guiné gere o dia-a-dia do TCA, um ponto de orgulho para Thomas que disse que isso demonstra a sustentabilidade da programação da organização. Mas isso não conteve Thomas, que não consegue retornar a Papua-Nova Guiné, o que preocupa ele em relação ao progresso da estrada e seus potenciais efeitos em cadeia nas montanhas Torricelli.

“Eu suspeito que a área que eles atravessarão é rica em madeiras duras, então eles irão retirar o máximo de árvores que conseguirem, enquanto fazem a estrada como fazem em qualquer outro lugar do país,” disse ele.

Os centímetros da estrada mais próximos

O propósito exato da estrada permanece um mistério neste ponto. Indicações antecipadas sugeriram que ela seria usada primeiramente para madeireiros, mas rumores mais recentes começaram a circular que ela poderia de fato ser incorporada à rodovia nacional.

Mongabay teve diversas tentativas de contatar o governador Anthony Wouwou e o representante local do parlamento, Joe Sungi. Nenhum dos dois respondeu aos pedidos para comentar e clarear o propósito daquela estrada.

“O governo está tentando empurrar a estrada para atravessar a área de conservação,” disse Caleb Bulu, um diretor de projetos do TCA que tem trabalhado com a organização desde 2009. “ Mas as pessoas em si, dizem não”.

Bulu disse que acredita que a estrada será parte da rede de rodovias nacionais. Informações reunidas pelo TCA indicam que ela se esticará por cerca de 53 quilômetros desde Aitape na costa, através da área de conservação proposta e os vilarejos de Muku, Winbe, Awang, Nunsi, Weiknt e Yuwil.

De início, membros de comunidade em volta da rota proposta têm questionado o seu valor, dado que uma estrada conectando as montanhas ao porto de Aitape já existe e fica a alguns quilômetros a oeste. Construído no início dos anos 90, a estrada de Mai-Tadji está necessitando de reparos, e deslizamentos de terra atormentam os viajantes pelas sessões montanhosas.

“Mas as pessoas dizem, voltem… e atualizem aquela estrada velha,” disse Bulu.

Peter Bosip, diretor-executivo do centro da ONG, sediada em Port Moresby, que trabalha com a Lei do Meio-ambiente e Direitos da Comunidade, está trabalhando com os donos de terras próximas às concessões de madeireiros em outra parte das montanhas Torricelli. Ele disse que árvores de madeira dura valiosas são abundantes na área, como a teca-do-pacífico (Intsia bijuga), a fonte de uma madeira durável e muito procurada, conhecida como kwila ou merbau, particularmente seduzindo as companhias madeireiras dado os picos recentes nos preços de madeira serrada no mercado global.

“Se a estrada é para um propósito nacional, então regras rigorosas devem ser colocadas para que nenhuma operação madeireira seja realizada em qualquer lugar dentro ou próximo às áreas das montanhas Torricelli,” disse Bosip em um email, acrescentando que as comunidades deveriam ser parte da decisão deveriam ter sido parte da decisão.

“Qualquer um que esteja propondo construir uma estrada nas montanhas Torricelli precisa primeiro consultar a população local e ter o consentimento deles antes de construir uma estrada,” acrescentou Bossip.

Ele também disse que isso destruiria o habitat dos cangurus-arborícolas, ecoando as preocupações de Thomas.

“Se essa estrada atravessar, ela afetará o canguru weimang. Não há dúvidas em relação a isso. Para qual extensão é desconhecido,” disse Thomas,” e isso poderia abrir terreno a muitos golpes de madeireiras.”

Um estudo de 2019 conduzido por cientistas na Austrália na Universidade James Cook descobriu que os planos a longo prazo da Papua-Nova Guiné de construir sua rede de estradas poderia levar à perda de mais de 6.800 km² de floresta, abrindo o terreno para madeireiros e a agricultura.

O cientista do meio-ambiente Mohammed Alamir, que conduziu a pesquisa, disse naquele momento que a corrupção guia mais a tomada de decisão do que o desenvolvimento econômico sobre esse tipo de infraestrutura.

“Alguns políticos e promotores de terrenos estão ficando muito ricos,” disse Alamgir em uma declaração,” mas o resto do país sofre, com comunidades tradicionais perdendo suas florestas, pescarias e água limpa.”

Com a disseminação da oposição sobre a estrada pelas comunidades, Thomas disse que está preocupado que as comunidades poderiam fazer parte do cálculo de violência com as equipes de construção e forças de segurança. A palavra tem se espalhado que as autoridades do governo à favor da estrada estão se juntando em uma “força-tarefa” para garantir o seu sucesso.

“Se esses caras trouxerem a força-tarefa e forçar (a estrada) a travessia,” disse Thomas,” sangue será derramado.”

A polícia já foi enviada ao recinto da construção da estrada, supostamente para garantir a segurança das equipes de construção, disse Fideliz Nick do TCA.

“O governo está enviando a força da polícia,” disse Nick ao Mongabay. “Eles vieram para nos assaltar e bater em caso de nós pararmos a estrada.”

Uma pausa, por agora

Em 21 de Junho de 2021, Gunther Joku, chefe da Agência de Proteção ao Meio-Ambiente e Conservação de Papua-Nova Guiné, se encontrou com representantes do escritório do governador e a administração da província de Sandaun. Joku disse ao Mongabay que eles estão planejando outro encontro que incluirá o TCA para “encontrar uma maneira para o futuro,” contando que a pandemia da COVID-19 desacelerou tudo.

Por agora, as equipes de construção pararam com seu trabalho na estrada, disse Thomas, e a questão da área de conservação permanece não resolvida.

Wera Mori, o ministro atual do Meio-ambiente, Conservação e Mudanças Climáticas não respondeu diversas perguntas em uma entrevista, então é incerto se o reconhecimento oficial da área de conservação proposta poderá vir em um futuro próximo.

Enquanto isso, entretanto, a preservação do habitat dos cangurus-arborícolas pelo TCA e suas comunidades aparentam estar “saldando”. Em Junho de 2021, Thomas publicou uma atualização derradeira no Linkedin, anunciando que a equipe do TCA encontrou um canguru-arborícola pardo (Dendrolagus inustus finschi), a terceira espécie conhecida por viver nas montanhas, próximas às sedes da TCA, na cidade de Lumi.

“Essa é a primeira vez para o TCA, já que o canguru-arborícola pardo não era visto tão perto de Lumi por um longo, longo tempo,” escreveu Thomas.

E mais observações feitas pela organização demonstram o que pode ser uma volta dos animais, assim como a ponta da faca na qual a recuperação está pausada. Em 2019, uma equipe do TCA posicionou câmeras num cume nas montanhas Torricelli, disse Thomas,”apenas o arremesso de uma pedra” na área que a estrada cortaria através da área que seria de conservação. Eles estavam esperando encontrar algumas evidências que um canguru-arborícola weimang ou até dois poderiam estar vivendo nos arredores. O que eles descobriram pegou Thomas completamente de surpresa.

“Nós temos os melhores dados que nós já tivemos sobre as espécies,” disse ele. Os cards das câmeras digitais revelaram que pelo menos seis (ou até mesmo mais) cangurus-arborícolas weimang usando aquele único ponto. A equipe nunca havia visto aquela quantidade de cangurus em um único local. Um grupo de seis cangurus que relembrou os tempos sem caçadas e pressões sobre o habitat que reduziram seus números.

“É muito significante para os cangurus-arborícolas,” acrescentou Thomas.

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