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"MUITA TRISTEZA"

Orca bebê Toa morre sem ter a oportunidade de reencontrar a mãe

O filhote de orca recebeu cuidados de centenas de voluntários e especialistas, após ser separado de sua família há duas semanas.

1 de agosto de 2021
Gustavo Prado | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: NewsHub | Reprodução

Uma jovem orca órfã, que encantou os corações dos neozelandeses, recebeu homenagens em sua despedida e foi enterrada em uma cerimônia especial, que deu fim a uma missão desesperada para reuni-la com seu grupo.

O jovem macho da espécie chamado Toa – que significa “corajoso e forte” em Maori – teve sua idade estimada entre dois e seis meses, e foi encontrado duas semanas atrás encalhado em meio às rochas de uma praia no norte de Wellington, a capital do país, com pequenos ferimentos.

Desde então, inúmeros voluntários enfrentaram tempestades e águas congelantes para mantê-lo vivo – alimentando o animal com mamadeiras em uma piscina artificial construída às pressas, enquanto outros procuravam por membros de sua família.

No entanto, a condição de Toa piorou rapidamente na última sexta-feira e ele morreu no curto período de uma hora. Greg Norris, pai do adolescente Ben Norris, que foi a primeira pessoa a encontrar Toa, disse ao periódico neozelandês Stuff que foi uma noite “muito emotiva.”

Ian Angus, diretor do setor de espécies marinhas do Department of Conservation (DoC), que liderou as tentativas de resgate, disse: “Toa não sofreu em seus últimos momentos, e estava cercado por amor e carinho. Fizemos o máximo para que seus últimos dias fossem os mais confortáveis possíveis.”

Ele acrescentou: “Não seria fácil retornar o Toa para o seu grupo, que podia estar localizado em qualquer local ao redor de Aotearoa (nome maori da Nova Zelândia). Era nosso objetivo devolvê-lo à sua família, mas infelizmente não fomos bem-sucedidos em cumpri-lo. Mesmo assim, podemos refletir sobre o acontecido e reconhecer que um enorme time de pessoas deu seu melhor para salvar o animal.”

No sábado, dezenas de pessoas assistiram à cerimônia de despedida no Clube Náutico de Plimmerton, antes que o corpo de Toa fosse levado para o enterro próximo à iwi (tribo) local chamada Ngati Toa Rangatira. Autoridades decidiram que o corpo de Toa fosse tratado com dignidade, optando contra uma autópsia para determinar a causa exata da morte.

Angus agradeceu aos voluntários e à sua equipe, dizendo: “Foram duas semanas muito longas, onde nós trabalhamos em águas geladas, ventos fortes e clima úmido. As pessoas aqui no local foram fantásticas, e as pessoas que apoiaram os esforços para encontrar a família de Toa, também foram incríveis.”

“Nós do departamento só podemos agradecê-los de coração pelo apoio e pelo esforço. Todo mundo aqui está muito triste, pois todos buscamos e esperávamos um desenlace positivo.”

Toa encalhou ao afastar-se de seu grupo e ao aproximar-se demais da praia. Quando isso aconteceu, uma onda o deixou de cabeça para baixo e jogou-o em direção às rochas, de acordo com Ben Norris, 17, um dos primeiros a avistar o animal.

Ele disse ao Stuff: “Ele estava de ponta cabeça, e então foi carregado para a praia balançando sua cauda desesperadamente, o que só piorava a situação, pois este movimento o levava ainda mais para o raso. As rochas estavam machucando-o e o som que escutei foi diferente de tudo que podia imaginar. Seus gritos chegavam a machucar meus ouvidos.”

Desde então, um time de centenas de voluntários, incluindo o DoC, dezenas de especialistas em baleias e a iwi local, estiveram cuidando de Toa, enquanto uma busca nacional pela família do animal acontecia nos bastidores.

Brianna Norris, 21, residente de Plimmerton e irmã de Ben Norris, formou um laço especial com o filhote. Ela disse na semana passada: “Ele é muito afetuoso e gentil… um dia com ele já foi o suficiente para percebermos isso.”

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