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BAIXAS TEMPERATURAS

Cidades acolhem animais de pessoas em situação de rua para protegê-los do frio

Pessoas em situação de rua são levadas para abrigos junto de seus animais para que não corram riscos de morte por hipotermia

30 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Marcos Albuquerque /PMF/Reprodução/ND

A onda de frio que chegou ao Brasil fez com que prefeituras de diversos municípios intensificassem ações de acolhimento à população em situação de rua, incluindo os animais. Em Conselheiro Lafaiete, no estado de Minas Gerais, a “Operação Acolhida”, que contou com a participação do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), teve início na última quarta-feira (28).

A ação, realizada por iniciativa da Defesa Civil, contou com o apoio da médica veterinária Carla Sássi, que integra o GRAD. Conforme explicado pela profissional, o foco era garantir o “abrigamento da população em situação de rua nos dias de frio intenso”. “Dessa vez os animais dessas pessoas também puderam ir para o abrigo. Uma ação inédita na nossa cidade, que contou com a participação da @alpaong @grad_brasil e CCZ”, escreveu Sássi nas redes sociais.

Segundo ela, os cachorros acolhidos são monitorados e já está castrados. “Foram desparasitados e vacinados com V10, uma parceria com o @vetsaofranciscolafaiete, o que permite a melhor qualidade de vida desses cães e diminui muito os problemas à saúde coletiva. Os cães comunitários encontrados durante a noite, também foram assistidos e ganharam roupinha e casinha. Infelizmente não há lares para todos, e nesse momento está sendo feito o que está ao nosso alcance realizar. A ação, que ainda durará mais dias, conta com a participação do Corpo de Bombeiros, Assistência Social e Guarda Municipal. Cada um fazendo um pouquinho, é o que importa!”, comentou.

Uma ação semelhante foi realizada pela Prefeitura de Florianópolis através da Diretoria de Bem-Estar Animal de Florianópolis (Dibea), que recolheu pessoas em situação de rua, levando-as para abrigos junto de seus animais. A administração municipal também proveu roupinhas, casinhas e caminhas, além de cobertores, para os animais abrigados na sede da Dibea.

Em Sorocaba e Jundiaí, municípios do interior do estado de São Paulo, operações de acolhimento a pessoas em situação de rua também incluíram os animais que as acompanham. Junto dos tutores, os animais recebem alimento e higiene, serviços que também são ofertados às pessoas, que também ganham roupas.

A Prefeitura de Jundiaí também iniciou uma campanha de conscientização por meio da qual incentiva a população a auxiliar animais em situação de rua, uma vez que a administração pública se diz incapaz de abrigar todos os cães e gatos abandonados. “Esta semana será muito fria e os animais que são vítimas do abandono estão pagando o preço, nas ruas e no frio. Precisamos que a população possa se unir para ajudá-los, pelo menos nesta semana”, afirmou à Tribuna de Jundiaí a servidora pública Danielle Fogaça.

“No ano passado já fizemos isso e deu muito certo. A Prefeitura também pediu para que os moradores de rua com animais ficassem com eles nos abrigos, isso ajudou. Existem casos em que as pessoas não têm condições de adotar ou permanecer com os animais por muito tempo, mas se colocam à disposição para pelo menos abrigá-los neste período de frio intenso”, completou.

Danielle pede ainda que a população faça doações de cobertores e ração. “Se cada um ajudar um pouquinho, poderemos salvar muitas vidas. As ONGs não têm condições de abrigar mais animais, estão todas lotadas. Durante a pandemia, o número de animais abandonados também aumentou. Peço que todos ajudem nessa corrente”, disse.

Casinhas com cobertores colocadas na rua também são uma opção para proteger os animais. E é exatamente isso que a Prefeitura de Poço Fundo, em Minas Gerais, tem feito. Casinhas de papelão forradas com plástico foram colocadas em locais onde os animais costumam dormir. No total, foram nove casinhas feitas pela prefeitura e outras nove doadas por moradores. O objetivo é continuar arrecadando caixas grandes de papelão para continuar com os trabalhos.

“A ideia surgiu pela preocupação com os animais abandonados e onde eles iriam se abrigar nessa frente fria. Já temos o projeto de colocar casinhas desde o ano passado, mas em locais que já tem animais comunitários. Nessa semana colocamos mais casinhas e pretendemos colocar em mais locais”, afirmou ao G1 Rayssa Ferreira Pala, diretora de Proteção do Meio Ambiente e do projeto Amor de Vira Lata.

Na região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, prefeituras e igrejas também estão abrigando pessoas e animais em situação de rua. Para isso, foram improvisados abrigos em salões e ginásios esportivos. Colchões, cobertores, refeições e kits de higiene são disponibilizados durante as ações.

Bauru (SP) também aumentou o número de vagas no Centro Pop, onde também são acolhidos os animais das pessoas abrigadas. Além dessas ações voltadas ao acolhimento, também estão sendo realizadas, em diversas localidades pelo país, campanhas de arrecadações de roupinhas, agasalhos e casinhas para cães e gatos abandonados. Betim, em Minas Gerais, é uma dessas cidades focadas nessas ações.

Uberaba (MG) e Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, também estão realizando campanhas do agasalho para animais. Na cidade mineira, 120 peças foram arrecadadas nos últimos 20 dias pela Superintendência de Bem-Estar Animal, que realiza a campanha “Eles também sentem frio”. As doações foram distribuídas para o Abrigo dos Anjos, o Canil do Centro de Zoonoses e duas protetoras de animais.

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