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SOFRIMENTO

Leão resgatado no Camboja volta a viver preso em cativeiro após ser devolvido a tutor

O leão de 18 meses de idade havia sido resgatado em 27 de junho após ser encontrado em uma mansão em um bairro nobre do município de Phnom Penh

7 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: AFP

Um filhote de leão resgatado no Camboja após ter sido mantido em cativeiro foi devolvido ao tutor. Além de ter sido condenado a viver aprisionado, sem acesso à natureza, o animal selvagem também teve suas garras e caninos retirados pelo homem antes de ter sido salvo pelas autoridades. O resgate, porém, não garantiu ao filhote uma vida mais digna, já que a intervenção do primeiro-ministro Hun Sen possibilitou o retorno do animal ao cárcere.

O leão de 18 meses de idade havia sido resgatado em 27 de junho após ser encontrado em uma mansão em um bairro nobre do município de Phnom Penh, capital do Camboja. Tratado como uma mercadoria, o filhote foi importado pelo tutor, o chinês Qi Xiao, e só foi retirado de sua guarda após um vídeo do animal repercutir na internet.

No entanto, na noite do último domingo (3), o primeiro-ministro anunciou através das redes sociais que o leão retornaria à mansão e que uma “jaula adequada” deveria ser construída para garantir “a segurança dos moradores da casa e de seus vizinhos”. Hun Sen ordenou ainda que o chinês seja reembolsado pelo valor da multa imposta a ele.

Logo após o anúncio, Qi Xiao agradeceu o “povo cambojano” e disse que “não esperava recuperar” o animal. “Por fim, desejo que o Camboja e a China continuem sendo grandes amigos para sempre”, afirmou o chinês.

Manter o animal confinado em uma residência, porém, é prejudicial por se tratar de uma espécie selvagem, conforme argumentado pela entidade de proteção animal Wildlife Alliance. A instituição explicou que um imóvel particular é um local inadequado para animais silvestres.

Após o leão ser devolvido ao chinês, diversas críticas foram feitas à postura do governo diante do caso. A embaixadora do Reino Unido no Camboja, Tina Redshaw, foi uma das pessoas a demonstrar seu repúdio. “Este retorno (…) prejudica os esforços globais para combater o tráfico da vida silvestre, sem mencionar o estresse e o sofrimento causados por um cativeiro inadequado”, afirmou Tina, que disse ter ficado decepcionada.

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