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SUPERPOPULAÇÃO

Milhares de gatos abandonados lutam pela sobrevivência no Chipre

Abandonados à própria sorte, os gatos dependem da compaixão de voluntários que os alimentam

27 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução/Reuters

Milhares de gatos vivem em situação de rua na ilha do Mediterrâneo de Chipre e sobrevivem graças ao trabalho voluntário de moradores da região. Dinos Ayiomamitis é um desses voluntários. Com seu pequeno caminhão, ele vai até um cemitério onde gatos se abrigam entre as lápides.

Acostumados com a presença de Dinos, os animais se esfregam entre suas pernas enquanto esperam para comer. E embora não existam números oficiais sobre o número de animais abandonados na região, os voluntários estimam que a população de gatos seja compatível com o número de pessoas que habitam a ilha.

“Não houve nenhuma contagem oficial, mas com base em nossa própria avaliação, podemos dizer que o número de gatos é igual ao da população humana da ilha, no mínimo. Eles podem se aproximar de um milhão, que é uma estimativa grosseira”, disse Dinos a Reuters.

Presidente da sociedade Cat PAWS, o voluntário alimenta diariamente cerca de 200 gatos ao redor do município de Nicósia, capital do Chipre. Ele alerta para a necessidade de controlar a população desses animais através da castração.

“Se não houver uma intervenção séria para controlar a população teremos um grande problema. Já é um grande problema. Tem bairros onde uns alimentam, outros podem não querer, jogam veneno, brigas surgem entre os vizinhos, isso não está certo, há maneiras de lidar com isso, a primeira e mais importante é o que eu falei, que exista um programa estadual de esterilização”, disse.

A 80 km de distância da capital, um santuário fundado para abrigar gatos abandonados se tornou ponto de abandono de animais. Quase diariamente filhotes são jogados por cima da cerca da instituição. O Malcolm’s Cats recebeu esse nome em homenagem ao seu fundador, Malcolm C.P. Stevenson. Atualmente, cerca de 200 gatos vivem no local e anualmente aproximadamente 100 são adotados, mas um número ainda maior é resgatado.

“Muitos gatos não castrados e esterilizados significam muitos gatinhos todos os anos. As pessoas estão constantemente nos ligando, jogando gatos do lado de fora. Há um limite no que podemos fazer para ajudar esses gatos”, lamentou David Fender, gerente de operações e presidente da Sociedade de Proteção ao Gato Malcolm.

O governo tem destinado anualmente 75 mil euros (pouco mais de R$ 440 mil) para programas de esterilização de gatos. O valor, porém, é considerado baixo pelos ativistas.

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