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SOFRIMENTO

Animais morrem de fome após moradores abandonarem fazendas por medo de Lázaro

Para tentar evitar novas mortes, um grupo de fazendeiros criou um grupo em um aplicativo de mensagens para garantir a alimentação dos animais

24 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Guilherme Rodrigues/G1

O caos espalhado por Lázaro Barbosa, suspeito de cometer uma chacina em Ceilândia, no Distrito Federal, levou fazendeiros a abandonar suas propriedades por medo delas serem invadidas pelo criminoso, como ocorreu em diversas fazendas da região do DF e de Goiás. Com isso, muitos animais ficaram sozinhos e morreram de fome.

Para tentar evitar novas mortes, um grupo de fazendeiros criou um grupo em um aplicativo de mensagens para garantir a alimentação dos animais. Unidos, eles revezam e cada dia alguns membros do grupo vão às fazendas para cuidar de porcos, galinhas, cachorros e outros animais.

Uma dessas pessoas é a fazendeira Adenaide Mariana Oliveira, de 49 anos, que há seis dias abandonou a chácara onde mora por medo de Lázaro. “A gente tá vindo para olhar né. Porque alguns fazendeiros já até perderam porcos, cachorros. Porque a gente sai diante do terror que está acontecendo aí fica até sem poder alimentar ou dar água. Muitos morreram de fome”, contou.

Lázaro Barbosa (Foto: Reprodução)

Durval Oliveira, de 54 anos, e sua esposa também estão revezando com outros fazendeiros para cuidar dos animais. Ele lamenta as mortes daqueles que sucumbiram à fome e conta que percorreu 52 km na última quarta-feira (23) para alimentar galinhas, porcos e cães que estavam há dois dias sem comida. Com medo da propriedade ser invadida por Lázaro Barbosa, ele e a esposa foram para a casa dos filhos em Novo Gama, no Distrito Federal.

“Morrendo de fome e de sede os bichinhos ficam aqui jogados, isso tudo deixa transtorno para a gente. Estamos com medo. Não dá para confiar. Você fica aqui e não tem a confiança. Não sabe se aparece do nada um indivíduo para te surpreender”, lamentou Oliveira.

Ao falar sobre o revezamento feito pelos fazendeiros para cuidar dos animais, Adenaide contou que ninguém vai sozinho às fazendas justamente para não ficar vulnerável a possíveis ataques do criminoso que está invadindo propriedades, destruindo bens dos moradores e matando pessoas.

“A gente sempre vem em grupo. Hoje trouxe meus filhos e cunhado. Não dá para vir sozinho. E a gente vai revezando. Hoje vamos passar em outras duas fazendas para alimentar os animais”, explicou a fazendeira.

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