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ESPERANÇA

Albatroz selvagem mais velho do mundo é pai aos 70 anos

14 de março de 2021
Luna Mayra Fraga Cury Freitas | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Madalyn Riley/USFWS Pacific Region

O notável pássaro viveu mais que seus parceiros de acasalamento, e até mesmo mais que o biólogo que colocou um rastreador nela pela primeira vez em 1956.

Aos 70 anos a ave batizada de Wisdom (Sabedoria), uma albatroz de Laysan, teve outro filhote.
Considerada “a ave selvagem mais velha conhecida da história”, Wisdom viveu mais que parceiros anteriores de acasalamento e mais, também, que o biólogo Chandler Robbins, que colocou um rastreador nela pela primeira vez em 1956.

O filhote de Wisdom chocou em 1 de fevereiro no refúgio nacional de vida selvagem do Atol de Midway, no Pacífico Norte, onde mais de um milhão de albatroz retornam para fazer ninhos todos os anos.

O albatroz Akeakamai, parceiro de longa data da Wisdom, com quem ela está desde 2010, de acordo com o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (USFWS), é o pai do filhote. A USFWS também afirmou que albatrozes encontram seus parceiros amorosos através de “festas de dança”.

“Acreditamos que a Wisdom teve outros companheiros”, disse a bióloga do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA, Dra. Beth Flint, no artigo publicado pela organização na mídia. “Embora o casal de albatrozes permaneça junto por toda a vida, eles podem encontrar novos parceiros, se necessário – por exemplo, quando seus parceiros morrem.”

A USFWS estimou que a Wisdom teve mais de 30 filhotes ao longo de sua vida.

Sean Dooley, gerente nacional de relações públicas da organização BirdLife Australia, estava animado com a notícia do novo filhote da Wisdom.

“Como ela só faz ninhos a cada dois anos, a comunidade internacional que acompanha as aves aguarda ansiosamente para saber se ela foi capaz de voltar mais uma vez e fazer um novo ninho”, disse Dooley. “As chances se acumulam contra ela cada vez mais, então sempre que isso acontece é um grande motivo de comemoração.”

Dooley disse que além de a espécie ser conhecida por ter longos períodos de incubação, a pesca de palangre/espinel e outras indústrias pesqueiras têm afetado muito as aves marinhas, como o albatroz.
Dooley disse que a mudança climática está afetando a espécie da Wisdom.

“As mudanças na temperatura da água e nas correntes marinhas e de vento significam que eles têm que voar maiores distâncias para encontrar comida em abundância à medida que suas presas buscam por águas mais frias – é uma grande ameaça iminente que as aves marinhas estão enfrentando, albatroz em especial.”

Em relação à idade de Wisdom, Dooley disse que “para muitos animais selvagens, eles são produtivos até a velhice. São apenas primatas e baleias que têm uma vida útil prolongada após a fertilidade.
“Para os humanos, parece incrível, mas ainda estamos determinando se isso é aplicável à vida desses pássaros magníficos.”

Wisdom faz parte de um dos estudos mais antigos em termos de rastreamento contínuo de aves.

“A cada ano que Wisdom retorna, aprendemos mais sobre quanto tempo as aves marinhas podem viver e ter filhotes”, disse Flint ao jornal Honolulu Star Advertiser.

Dooley disse: “No mundo dos pássaros, os outros pássaros famosos são os papagaios, especialmente cacatuas”.

“Em cativeiro já houve cacatuas chegando até 100 anos. Também há registros de cacatuas em cativeiro chegando a oitenta ou noventa anos. Mesmo na natureza, espera-se que eles tenham uma vida natural de pelo menos 30 a 40 anos, se não mais tempo”.

“Acredita-se que as aves australianas geralmente vivam mais em comparação com as espécies semelhantes do hemisfério norte, porque elas têm que lidar com ciclos de altos e baixos. Para os pássaros, se são uma espécie que vive pouco, há um risco de não haver um bom período de ‘alta’ durante o período em que eles podem procriar como adultos.”

Isso pode ser semelhante com o albatroz, segundo Dooley, já que “o impacto das mortes de aves adultas é significativamente maior porque eles investem muito tempo na criação de um filhote”.

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