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A floresta amazônica perdeu uma área do tamanho de Israel em 2020

Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores,Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores,Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores,Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores,Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores,Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores

19 de fevereiro de 2021
Júlia Faria e Castro | Redação ANDAJúlia Faria e Castro | Redação ANDAJúlia Faria e Castro | Redação ANDAJúlia Faria e Castro | Redação ANDAJúlia Faria e Castro | Redação ANDAJúlia Faria e Castro | Redação ANDA
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Imagem de desflorestamento
Pixabay

A floresta amazônica perdeu cerca de 5 milhões de acres em 2020, uma área quase do tamanho de Israel, de acordo com um relatório recente sobre a região. Especialistas alertam que o desmatamento desenfreado na bacia amazônica, que abrange nove países da América do Sul, pode desencadear um ponto de inflexão na maior floresta tropical do mundo em décadas.

Usando imagens de satélite, o relatório da Associação de Conservação da Amazônia e Monitoramento do Projeto Andino da Amazônia, ou MAAP, fornece um vislumbre do desmatamento na Amazônia ao longo de 2020. Pontos de dados preocupantes são destacados, incluindo o desmatamento em grande escala no Brasil e na Bolívia, onde as florestas primárias foram obliterado a taxas ainda maiores do que em 2019, um ano em que houve incêndios prolíficos e altamente divulgados na Amazônia.

“Tanto em termos de desmatamento quanto de fogo, os dados indicam que 2020 foi realmente pior do que 2019 em toda a Amazônia. Mais de 2 milhões de hectares (8.000 milhas quadradas) de floresta primária foram perdidos em 2020, o que foi muito mais do que 2019”, disse Matt Finer, pesquisador da Amazon Conservation (Conservação da Amazônia) e diretor do MAAP.

Finer advertiu que os dados de 2020 são uma estimativa inicial, mas acrescentou que os dados finalizados de 2019 ultrapassaram as estimativas iniciais daquele ano.

O desmatamento, espalhado pela vastidão da paisagem amazônica, está se acelerando – consumindo ecossistemas e se concentrando em hotspots onde centenas de milhares de hectares de floresta são engolidos para fins agrícolas e extrativos por pequenos e grandes atores.

“Não há uma arma fumegante. O desmatamento não é uma onda linear, é a morte por mil cortes”, disse Finer.

A maior parte do desmatamento do ano passado ocorreu na Amazônia brasileira, onde mais de 50.000 acres de floresta foram perdidos, grande parte dela devido a incêndios. Apesar da devastação dos incêndios de 2019 no Brasil, os de 2020 foram piores, segundo a Conservação da Amazônia.

Dos cerca de 2.500 grandes incêndios que arrasaram grandes áreas da Amazônia no ano passado, cerca de 88% ocorreram no Brasil. Um grande número daqueles foram incêndios causados pelo homem, criados para pastagens e áreas de cultivo.

O relatório também aponta a destruição massiva da Amazônia boliviana. Cerca de 205 grandes incêndios ocorreram na Bolívia no ano passado, envolvendo mais de 600.000 acres da floresta tropical de Chiquitano entre abril e novembro, segundo o relatório.

Outras áreas de preocupação estavam no Peru, onde a agricultura de pequena escala, mineração e pecuária causaram aumento do desmatamento na Amazônia central do país. Na Colômbia, o cultivo ilícito de folha de coca – a matéria-prima da cocaína – invadiu várias áreas florestais protegidas.

Muitas vezes descrita como o “pulmão do planeta”, a bacia amazônica tem o dobro do tamanho da Índia, cobrindo cerca de 40% do continente sul-americano. Mais de 30 milhões de habitantes contam com suas bacias hidrográficas, incluindo povos indígenas que vivem isolados.

Alguns cientistas alertam que o bioma amazônico pode em breve atingir um ponto de inflexão perigoso em que não produz mais chuvas suficientes para sustentar seus ecossistemas, eventualmente se convertendo em savana seca.

“A resposta curta é: o ponto de inflexão já está aqui”, disse Enrique Ortiz, ecologista tropical e co-fundador da Conservação da Amazônia. “Não em toda a Amazônia, mas em partes.”

Apesar do nível de destruição, Ortiz resistiu aos cenários apocalípticos para a Amazônia.

“O desmatamento está na casa dos 20 ou 21%”, disse. “Provavelmente ainda há 80% da Amazônia intacta, então temos margem de manobra”.

Grupos ambientalistas depositam grandes esperanças no compromisso do presidente Joe Biden de proteger a Amazônia. Durante um debate presidencial de 2020 em setembro passado, o então candidato Biden avaliou o desmatamento:

“Eu estaria me reunindo e garantindo que os países do mundo ganhassem US$ 20 bilhões e diriam: ‘Aqui estão US$ 20 bilhões, pare de derrubar a floresta. E se você não fizer isso, terá uma economia significativa consequências ‘”, disse Biden.

Além da mitigação severa do desmatamento na região, Ortiz vê o consenso político e a liderança entre as nações ricas como outra ferramenta para ajudar a salvar a Amazônia.

“Tem havido confronto entre o Ocidente e os países amazônicos. Se Biden for inteligente e capaz de reverter esse confronto, então podemos trabalhar juntos”, afirmou.

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