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Leishmaniose canina (calazar): a verdade sobre o tratamento

8 de julho de 2020
2 min. de leitura
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“Não existe uma cura definitiva, mas é possível realizar tratamentos que podem acabar com os sinais clínicos e epidemiológicos desta zoonose nos cachorros, livrando-os dos sintomas da doença e da chance de transmitirem o problema, precisando ter acompanhamento o resto da vida, pois recidivas podem ocorrer” – afirmou o médico veterinário Ricardo Henz, da Clínica São Francisco em Fortaleza (CE).

“Mesmo com a aprovação, em 2017, do Ministério da Saúde e da Agricultura para a comercialização do Milteforn (uma das drogas mais utilizadas na Europa para o tratamento da doença), o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) insiste em proibir que médicos veterinários recomendem ou instituam o tratamento” – alertou Henz, acrescentando que é totalmente possível tratar animais com Calazar. “Na Europa, por exemplo, o tratamento é a regra. Só não são tratados animais em estágio terminal” – afirmou o profissional, pesquisador e defensor do tratamento da leishmaniose.

Em setembro de 2015, a engenheira civil Aline Bessa resgatou Angeline, uma pit bull, com leishmaniose. Mesmo com outros cães, ela optou pelo tratamento. “O último exame feito – punção da medula – deu negativo para leishmania, mas a luta contra a doença é permanente” – explicou Aline, que tem uma filha de um ano e convive com a cadela.

Já a ativista da causa animal, Stefânia Rodrigues, resgatou há 15 anos uma cadela do Canil da Polícia Militar, que seria eutanasiada por ter calazar. “A Mole conviveu comigo todas as minhas gestações. Claro que sempre tive os devidos cuidados. Desde então, venho com uma luta constante para provar a eficácia do tratamento, mostrando, assim, que animais com leishmaniose podem e devem ser tratados” – concluiu Stefânia.

Como em qualquer doença, é melhor prevenir do que tratar. Nenhum método sozinho é capaz de proteger 100% – por isso devem ser usados em conjunto, como por exemplo: vacinar, colocar coleiras repelentes, sprays inseticidas, pipetas repelentes, resguardar o animal à noite em lugar com telhado, entre outras medidas.

A leishmaniose canina, também conhecida por calazar, é transmitida por meio da picada do mosquito-palha (flebotomíneo) infectado, sendo mais comum em áreas onde o saneamento básico deixa a desejar, havendo, dessa forma, fatores facilitadores para a propagação do inseto.


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