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Governo Trump autoriza pesca em área protegida

17 de junho de 2020
3 min. de leitura
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Cardume de peixes nadam no mar
Pixabay

Donald Trump está flexibilizando as proteções de um grande monumento da Marinha, fora da costa da Nova Inglaterra, abrindo para pesca comercial.

Os especialistas avisam que regredir para os monumentos nacionais Northeast Canyons e Seamonts Marine prejudicará o meio ambiente e não ajudará os pescadores com as dificuldades durante a pandemia do Covid-19 e nem mitigará a dificuldade em encontrar compradores para a mercadoria que eles já possuem. “Essa regressão vende essencialmente o futuro dos oceanos e o futuro do ecossistema por quase nenhum benefício para a economia presente”, diz Miriam Goldstein, diretora de políticas para o Oceano no Centro do Progresso Americano (CAP). “Por isso é tão confuso sequer fazer isso e ainda mais confuso que o presidente faça agora, no meio de uma pandemia e manifestações ocorrendo pelo país”.

O pronunciamento de Trump foi seguido por muitos outros de sua administração para enfraquecer regulamentos do meio ambiente durante a pandemia, incluindo uma ordem executiva que ele assinou para ignorar avaliações de projetos de grandes infraestruturas que poderiam ameaçar a saúde pública.

O presidente desvelou a decisão em Bangor, no Maine, em uma discussão de mesa redonda com empresas de pescados. A Casa Branca diz que a proclamação de Trump permitiria a pescaria comercial dentro do monumento, mas não alteraria seus limites.

A área protegida está em aproximadamente 210 km de Cape Cod, Massachusetts e contém baleias francas, ameaçadas de extinção, e corais. É um de cinco monumentos da Marinha no país. Os outros quatro ficam na parte ocidental do Oceano Pacifico. Depois dessa decisão, menos de 0.1% das águas dos Estados Unidos fora do Oceano Pacifico Ocidental serão protegidas da pescaria comercial, de acordo com uma análise da CAP baseada em dados federais. “Até mesmo a pesca feita de maneira correta tem um impacto, e por essa razão é importante ter áreas especiais do oceano separadas. E isso tem sido mostrado por meio da ciência, que é benéfico para o ecossistema dos oceanos, para a biodiversidade, para espécies ameaçadas e em perigo – é benéfico para os próprios pescadores”, diz Goldstein.

A resposta dos grupos ambientalistas é que planejam um processo. O Conselho de Defesa de Fontes Naturais está planejando um processo semelhante contra a administração de Trump pela abertura de dois monumentos em Utah, chamados Bears Ears e Grand Staircase-Escalante, para mineração.

Os monumentos de Utah e da marinha foram estabelecidos no final da administração de Barack Obama. A diretora Goldstein reconhece que os pescadores e produtores de aquicultura, tratam do ambiente aquático para criação de peixes, mariscos, plantas, etc., das comunidades costeiras, têm sido fortemente impactados pela pandemia do corona vírus e a desaceleração econômica, mas ela diz que há outras ações que a administração poderia realizar que ajudariam.

O Conselho de Administração da Pesca Regional Americana enviou uma carta para o departamento comercial no dia 29 de maio debatendo que “a proibição da pesca comercial dentro das águas do monumento nacional da Marinha é um fardo para a pesca doméstica”. O grupo possui o mesmo argumento desde 2016.

O editor de conservação na Saltwater Sportsman, revista mensal sobre pesca marítima recreativa, e antigo conselheiro do Conselho de Administração da Pesca da Nova Inglaterra, Rip Cunningham, criticou a decisão. “Como pescador recreacional, me incomoda ver os monumentos serem abertos para pesca comercial”, diz Cunningham. “São fontes frágeis e vulneráveis e eu me preocupo com sua saúde futura”.


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