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Mudanças climáticas tornam florestas do mundo menores e mais jovens

3 de junho de 2020
5 min. de leitura
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Pixabay

O colapso climático e derrubada em massa de arvores têm feito as florestas do mundo significativamente menores e mais jovens de forma geral, segundo análises.

Cientistas apontas que a tendência é que isso continue, com consequências preocupantes pela capacidade das florestas para armazenar carbono e mitigar a emergência climática e ameaçar a fauna que depende das riquezas das antigas florestas.

As análises de mais de 150 estudos anteriores mostram que a taxa de mortalidade de arvores cresceu, dobrando na América do Norte e aumentando significativamente na Amazônia, por exemplo. O impacto da destruição das florestas reduziu a área de crescimento das antigas florestas em um terço desde 1900, dizem os pesquisadores.

Mas o aumento de temperatura causado pelas mudanças climáticas também reduz o crescimento e aumenta a mortalidade de arvores limitando sua fotossíntese causado por esse estrese. Além disso, altas temperaturas, seca, altas tempestades de vento, pragas e doenças que infectam arvores mais velhas estão aumentando.

Tom Pugh, cientista da Universidade de Birmingham, Reino Unido, disse: “Nosso estudo avalia crescentes evidencias que as mudanças climáticas estão acelerando a mortalidade das arvores cada vez mais colocando as florestas do mundo a serem mais jovens e mais curtas”, afirma.

Elas estão ficando menores e mais jovem que no último século, principalmente por causa dos efeitos da mudança da vida humana na terra e de distúrbios como incêndios, surtos de insetos e seca. Essas coisas que estão aumentando frequentemente e tornam o quadro mais grave.

Há exceções, diz Pugh, como as florestas em alta latitude: “Mas no mundo que é geralmente mais quente, grande parte do mundo será coberto pelas florestas que estão geralmente mais curtas”.

“Nos últimos cem anos, perdemos muitas florestas antigas”, disse Nate McDowell, do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico do Departamento de Energia dos EUA, que liderou a análise. “Elas foram substituídas, parte por não florestas e parte por florestas jovens. Isso tem consequências na biodiversidade, mitigação do clima e exploração florestal.”

A pesquisa publicada pela revista acadêmica “Science” e incluindo análises de dados por satélite sobre mudanças na terra, estimou que a derrubada de arvores pelos humanos chegou a um total de 12% de corte de área florestal desde 1900. A proporção de florestas antigas com mais de 140 anos de idade derrubados foi de 89% para 66% nesse tempo. A falta de dados significativos para os pesquisadores não torna capaz de se fazer uma estimativa precisa do quanto menor as florestas tinham se tornado.

Aumento de níveis de dióxido de carbono na atmosfera poderia elevar o crescimento de arvores, mas os pesquisadores dizem que isso acontece somete nas florestas jovens com abundancia de nutrientes e água. De toda forma, a maioria das florestas tem nutrientes e água limitado, o que reduz drasticamente o benefício do dióxido de carbono para arvores.

Pugh diz que a grande maioria das florestas do Reino Unido e Europa são exemplos de florestas artificialmente mais curtas e jovens. “Elas não são de estatura como muitas daquelas florestas teriam sido antes das mudanças do homem na colheita em intervalos regulares, plantação de novas espécies e em alguns casos monocultura”, diz ele.

O professor Tom Crowther, da ETH Universidade de Zurich na Suiça, e que não tem participação da equipe de analises, diz que o estudo era extremamente importante: Por muito tempo, cientistas previram que Co² e o aquecimento elevado aumentariam o armazenamento de carbono nas florestas, que ajudaria a compensar a mudança climática. Mas esse estudo aumenta a preocupação de que esses fatores, junto com distúrbios humanos, possam de fato estar diminuindo a quantidade de armazenagem de carbono nesses ecossistemas.

“Mas isso também sugere que, se nos podemos proteger as florestas que nos já temos e permitir que elas cresçam para amadurecer, desse modo ser um grande potencial para elas captar mais adição de carbono”, diz ele.
Professor Simon Lewis do Colégio Universitário de Londres disse: “Por causa do crescimento das velhas florestas estar sendo perdido em média no planeta, as florestas estão se configurando mais curtas e mais jovens. No entanto, ao contrário disso o que os pesquisadores não destacam é que em muitas antigas florestas o oposto está acontecendo”.

E completa: “O intacto mundo tropical e florestas boreais são globalmente importante sumidouros de carbono e estão ficando maiores. As florestas do mundo atualmente tiveram mudanças climáticas lentas, e toda a tendência futura de mortalidade poderia ser revertida, as ideias do novo relatório não muda, o que o mundo precisa fazer: estabilizar o clima rapidamente conduzindo a emissão de combustíveis fosseis para zero e protegendo as florestas do mundo”.

Pugh disse que as análises das condições de mudanças através do mundo também tiveram implicações para proteção das florestas. “Quando você está pensando em termos convencionais pode ser sutil comovente” ele diz. “Você pode estar tentando preservar um [Floresta] ecossistema que não poderá continuar existir da forma que tinha existido no passado”, conclui.


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