O pequeno filhote de onça-parda atropelado por um carro em Unaí (MG) finalmente foi devolvido ao seu habitat. Ele sofreu uma lesão pulmonar e ficou seis dias internado em tratamento. A luta para salvar a vida do filhote foi marcada por muito carinho, respeito e dedicação de diversos profissionais.
A oncinha foi resgatada após o próprio motorista que a atropelou pedir socorro. A soltura da onça contou com uma grande operação conjunta entre o Instituto Estadual de Florestas e a Polícia Militar e contou com o apoio da Polícia Ambiental e da médica veterinária Juliana Mori.
Cuidados intensivos
Três veterinários se esforçaram para salvar a vida do filhote de onça-parda. A mobilização em prol do animal, no entanto, não se restringiu aos profissionais da área da saúde, mas incluiu também policiais que realizaram o resgate após um atropelamento. O motorista envolvido no acidente foi quem acionou a Polícia Militar.
A onça estava agonizando quando foi salva. De acordo com a veterinária Juliana Mori, trata-se de uma fêmea com cerca de seis meses de idade.
“Ela teve escoriações superficiais e apresentou uma contusão pulmonar, diagnosticada por exame clínico e de ultrassom. A lesão faz com que a capacidade pulmonar dela seja reduzida, ela poderia ter dificuldades para caçar, por exemplo, já que é uma atividade que exige que ela corra”, disse ao G1.
A veterinária contou com o auxílio do anestesista Wilson Alcebíabes e do clínico geral Antônio Guilherme Ribeiro, clínico geral. “Além dos equipamentos de proteção normais, usamos a contenção química, para sedar e permitir que o animal seja examinado, com objetivo de garantir segurança durante o atendimento. Nesse caso, usamos ainda medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos”, explicou Juliana.
Segundo a profissional, lesões no pulmão costumam ser curadas em poucos dias em cães e gatos. Em uma onça, porém, não é possível prever. No entanto, por ser um animal jovem, a recuperação pode ocorrer de melhor forma.
Até que esteja apta a voltar à natureza, a onça-parda ficará no quartel da PM. “Quando um animal silvestre se deixar capturar é porque está muito ferido. Por isso, quando chegam até nós, muitos não sobrevivem. A sensação de poder tratar deles e devolvê-los de volta à natureza é única, é muito gratificante”, afirmou a veterinária.
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