Mesmo fora da indústria da carne, milhões de animais serão mortos somente nos EUA neste período de pandemia da Covid-19. O motivo é que os criadores de porcos, galinhas, bois e vacas já começaram o “descarte” de animais que não estão sendo recebidos nos matadouros do país por dois motivos – fechamento de plantas por contaminação do coronavírus ou desaceleração em consequência da redução da demanda por carne.
A confirmação foi feita à Reuters pelo presidente da maior indústria processadora de carne dos EUA, John Tyson, da Tyson Foods – embora o presidente Donald Trump tenha defendido que os frigoríficos devem ser mantidos abertos, mesmo com menor demanda e crescente casos de funcionários contaminados com a doença.
A informação da Tyson Foods vai ao encontro do que também foi dito este mês pelo Conselho Nacional de Produtores de Suínos dos EUA, que argumenta que os criadores de porcos estão preferindo matar os animais para não acumularem mais despesas ao mantê-los vivos e sem “destino comercial”.
Grandes frigoríficos já fecharam plantas
Nos EUA, Smithfield Foods, Cargill, JBS, Tyson Foods e Marfrig já tiveram de fechar pelo menos 20 frigoríficos após a confirmação de que em suas plantas havia um grande número de funcionários contaminados com a covid-19.
No entanto a crise não tem relação somente com esse fato, mas também com a grande redução na demanda por carne por parte das redes de fast food durante a pandemia.
A Reuters cita, como exemplo da situação em que os animais estão sendo mortos nas próprias fazendas, o caso do fazendeiro Al Van Beek, que alegando falta de espaço para dar lugar a mais 7,5 mil leitões, optou pelo aborto forçado das porcas que estão prenhas em sua propriedade.
Van Beek, assim como outros criadores, diz que muitos animais adultos já deveriam ter sido encaminhados aos matadouros, e que na falta de espaço e dinheiro para mantê-los vivos, eles devem ser mortos.
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