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Joaquin Phoenix critica indústria de laticínios em seu discurso do Oscar de 'Melhor Ator'

10 de fevereiro de 2020
4 min. de leitura
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“Temos o direito de inseminar artificialmente uma vaca e, quando ela dá à luz, roubamos seu bebê, mesmo que seus gritos de angústia sejam inconfundíveis. E então pegamos o leite dela destinado ao bezerro e o colocamos no nosso café e cereais”


PETA

O ator Joaquin Phoenix (45), venceu o Oscar de Melhor Ator, pelo filme Coringa (Joker) e aproveitou o palco do evento realizado no domingo (9) para condenar a indústria de laticínios e questionar a exploração animal em seu discurso do prêmio. Confira abaixo na íntegra:

“Não me sinto acima de nenhum dos outros indicados ou de qualquer outra pessoa nesta sala. Todos nós compartilhamos o mesmo amor pelo cinema. Esse meio me deu tantas coisas extraordinárias que nem sei o que eu seria sem ele. Mas acho que o maior presente que me deu, e a muitos nessa sala, é a oportunidade de usar nossa voz pelos que não têm, seja falando sobre desigualdade entre gêneros, racismo, direitos LGBTQ+ ou indígenas, direitos animais, estamos falando sobre lutar contra a ideia de que uma nação, uma raça, um gênero ou uma espécie tem o direito de dominar, controlar, usar e explorar outros impunemente. Acredito que nos desconectamos demais do mundo natural, e nos sentimos culpados por ter uma visão egocêntrica, a crença de que estamos no centro do universo.Entramos no mundo natural e o saqueamos por seus recursos. Sentimos o direito de inseminar artificialmente uma vaca e, quando ela dá à luz, roubamos seu bebê, mesmo que seus gritos de angústia sejam inconfundíveis. Depois pegamos o leite dela, destinado ao bezerro, e colocamos no café e no cereal. E acho que tememos a ideia de mudança pessoal porque pensamos que temos que sacrificar algo para desistir de algo.Mas os seres humanos, no nosso melhor, somos tão inventivos, criativos e engenhosos, e acho que, quando usamos o amor e a compaixão como nossos princípios orientadores, podemos criar, desenvolver e implementar sistemas de mudança que são benéficos para todos os seres sencientes e para os seres humanos e o meio ambiente.Agora, eu tenho sido – e fui um canalha na minha vida. Eu tenho sido egoísta, às vezes tenho sido cruel, difícil de trabalhar e sou grato pois muitos de vocês nesta sala terem me dado uma segunda chance e acho que isso é quando estamos no nosso melhor, quando nos apoiamos. Não quando nos cancelamos por erros passados, mas quando nos ajudamos a crescer, quando nos educamos, quando nos orientamos para a redenção. Esse é o melhor da humanidade.Quando eu tinha 17 anos, meu irmão escreveu uma música que diz: ‘Corra para o resgate com amor e paz seguirá.’ Obrigado.”

O ator é vegano desde os três anos de idade e também foi fundamental para convencer o Globo de Ouro a fazer seu cardápio totalmente vegano, apenas alguns dias antes da cerimônia.

Nota da Redação: é importante esclarecer que o veganismo é um termo criado pela The Vegan Society em 1949 para descrever um estilo de vida alinhado com a defesa dos direitos animais. Para esta entidade, o veganismo é “uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, para o vestuário ou para qualquer outra finalidade”. O veganismo, em sua raiz conceitual, não se restringe unicamente à dieta, considerada vegetariana estrita, totalmente livre de qualquer produto ou ingrediente de origem animal. No entanto, com a popularização deste estilo de vida e do surgimento de novos termos, como dietas plant based (baseada em plantas, em tradução literal) e com o aumento considerável do uso do termo “vegano” por celebridades e influenciadores, optamos por reproduzir as mesmas informações fornecidas pelas fontes das matérias.


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