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Investigação revela animais vivendo no meio de cadáveres e fezes em fazenda de pele

6 de julho de 2019
5 min. de leitura
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Foto: One Voice
Foto: One Voice

Ativistas pelos direitos animais pedem o fechamento imediato de uma fazenda de peles francesa após imagens de uma investigação secretas mostrarem os visons, também como conhecidos como martas (minks) rastejando sobre cadáveres no meio de suas próprias fezes em gaiolas imundas.

Um vídeo com imagens fortes também mostra alguns animais recorrendo ao canibalismo.

Embora perturbadoras, as imagens são uma forma de conscientizar a população mundial e as autoridades para que proíbam a importação de peles de animais, sendo a França o segundo maior fornecedor de peles, em uma indústria que ainda valia cerca de 70 milhões de libras só no mercado britânico no ano passado.

Vários países pelo mundo como Servia, Luxemburgo, Eslovênia, Noruega, Croácia, República Checa, Macedônia, Bósnia, Japão, Áustria, Bélgica e outros mais, proibiram as fazendas de pele no mundo, o Reino Unido por exemplo, proibiu fazendas de peles de animais em 2003, mas continua a importar o produto de outros países.

Uma queixa criminal por atos de crueldade foi apresentada contra os proprietários da fazenda.

Os militantes da ONG One Voice encontraram as cenas terríveis após entrarem na fazenda de criação de martas.

Foto: One Voice
Foto: One Voice

Em um clipe, um pequeno vison branco treme enquanto jaz sob uma pilha de cadáveres, outro animal é visto se esforçando para se afastar do cadáver roído e em decomposição de seu companheiro de gaiola.

Fotos de dentro da fazenda mostravam cadáveres de animais em decomposição espalhados por gaiolas, enquanto, em uma delas, a sujeira escorria sobre as martas apertadas no pequeno cativeiro.

O vídeo foi declarado uma das “mais perturbadoras evidências de crueldade em fazendas” já vistas pela ONG Humane Society International.

Foto: One Voice
Foto: One Voice

A diretora da ONG no Reino Unido, Claire Bass, disse que os animais pareciam “atormentados e sofridos”, acrescentando que era “perturbador” ver isso acontecer a esses seres indefesos.

“Na natureza os visons são belos, inteligentes e curiosos pequenos animais que cavam, caçam e nadam e alcançam quilômetros percorrendo paisagens.

Os animais nesta investigação são como cópias dos animais que vivem livres só que nesta versão são animais atormentados e trágicas.

Foto: One Voice
Foto: One Voice

“O comércio de peles tenta vender uma imagem da pele como um acessório tão elegante e glamouroso, mas eu desafiaria até mesmo o mais frio dos usuários de peles a olhar para essa filmagem e ver qualquer coisa além de miséria e desespero”.

“O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a proibir a criação de peles, e estamos rapidamente obtendo apoio político para abrir caminho como o primeiro país a proibir a venda deste produto cruel, ultrapassado e desnecessário”.

Como parte de sua campanha #FurFreeBritain, a HSI pede que o Reino Unido proíba a venda de todas as peles de animais, estendendo a proibição atual de peles de gatos, cães e focas.

Foto: One Voice
Foto: One Voice

Desde que a filmagem foi divulgada, mais de 26 mil pessoas assinaram uma petição pedindo o fechamento da fazenda.

As imagens também levaram os políticos a alegar que a saída do Reino Unido da União Européia poderia ser usada como uma oportunidade para proibir a venda de todas as peles de animais no país.

O deputado conservador Zac Goldsmith disse que o Brexit ofereceu uma “oportunidade” para isso.

“É triste que, apesar de ter banido a criação de peles neste país há mais de quinze anos, ainda estamos financiando a mesma crueldade – ou, se essa filmagem for pior, ao permitir a importação e venda de peles do exterior“.

Foto: One Voice
Foto: One Voice

Os estilistas franceses Dior, Louis Vuitton, Saint Laurent e Celine ainda usam peles de animais em seus produtos.

A filmagem vem em seguida de outra denúncia em que raposas e martas foram retratadas em condições lamentáveis em uma fazenda de peles finlandesa no final do ano passado.

Martas, raposas e guaxinins nas gaiolas foram forçados ao canibalismo e foram retratados com feridas em carne viva.

Eles também tinham pés deformados, olhos doentes e lacerações expostas em seus corpos.

Foto: One Voice
Foto: One Voice

O professor veterinário Alastair MacMillan, que analisou a filmagem, disse que as imagens “mostravam o preço que o isolamento contínuo e o confinamento estão tendo sobre esses animais, muitos estão mostrando sinais de severo desconforto físico e psicológico”.

“Vários visons e raposas têm feridas abertas e infectadas, e várias raposas têm olhos extremamente doentes que causam imensa dor e sofrimento aos animais”.

“Se isso é o melhor que a indústria de peles pode oferecer aos animais, não é de admirar que tantos designers, varejistas e agora cidades não queiram mais ter nada a ver com isso”.

Foto: One Voice
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Fazendas na Finlândia são declaradamente os maiores produtores de pele de raposa na Europa, com cerca de 2,5 milhões de animais sendo criados e eletrocutados a cada ano para serem vendidos ao comércio global.

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