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Dia Nacional dos Animais traz reflexão sobre respeito a todas as espécies

14 de março de 2019
3 min. de leitura
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Hoje, 14 de março, celebra-se o Dia Nacional dos Animais. A data, criada com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os cuidados que devem ser dados aos animais, deve ser vista como um momento de reflexão sobre a necessidade de respeitar todas as espécies, inclusive aquelas historicamente exploradas, maltratadas e mortas para beneficiar os seres humanos e alimentá-los.

Foto: Skeeze / Pixabay

No Brasil, os animais não são tratados dignamente. São 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães abandonados, segundo a Organização Mundial da Saúde. Nas ruas, esses animais, que amavam suas famílias e eram leais a elas, vivenciam todo tipo de sofrimento: passam frio, suportam calor excessivo e chuvas fortes, sentem fome, são agredidos, atropelados, adoecem e, após conhecer o preço do descaso e da dor, morrem. Poucos têm a chance de ser resgatados e recomeçar a vida com amor, respeito e cuidados. Casos de maus-tratos, não só contra os animais abandonados, mas muitos deles promovidos pelos próprios tutores, também são comuns. Ainda em relação aos animais domésticos, o comércio de venda de filhotes condena inúmeros animais a uma vida miserável pautada na exploração promovida por pessoas que os tratam como máquinas reprodutoras e mercadorias.

O sofrimento, no entanto, não atinge apenas os cachorros e gatos. Animais silvestres são rotineiramente vítimas do tráfico. Retirados da família, privados da liberdade, transportados de forma cruel e inadequada, muitas vezes sem receber alimentação correta, eles se tornam vítimas dos traficantes e, depois, de quem os compra e se considera no direito de mantê-los aprisionados no cativeiro. Além deles, animais como ratos, cães e coelhos são submetidos a experimentos extremamente cruéis e dolorosos para a fabricação de cosméticos, alimentos, medicamentos e outros itens, como cigarros.

Foto: Karsten Paulick / Pixabay

Para fabricar produtos, produzir roupas e outros objetos e alimentar a população, milhares de animais também vivenciam um sofrimento inimaginável. No Brasil, um boi, um porco e 180 frangos são mortos para consumo por segundo, de acordo com dados do IBGE. Por trás da estatística, esconde-se a dor que os pecuaristas se esforçam para que não seja conhecida pela sociedade. Esses animais são explorados dia após dia e vivem uma rotina de maus-tratos, torturas e morte. Pintinhos machos são triturados vivos, galinhas têm seus bicos cortados sem anestesia e vivem presas em granjas superlotadas ou gaiolas minúsculas durante toda a vida, tratadas como máquinas de botar ovos, porcas são condenadas a uma existência dentro de pequenas celas gestacionais e os machos são castrados sem direito a anestésico, bezerros vivem aprisionados em locais pequenos, privados de alimentação adequada e luz solar para que se movimentem pouco e gerem, após a morte, uma carne macia, conhecida como vitela. E todo esse horror é apenas uma parte do que é vivido pelos animais na indústria.

Foto: Marco Massimo / Pixabay

A urgência de se garantir que os direitos dos animais sejam respeitados e que eles sejam tratados como os seres sencientes que são – capazes de sentir e de sofrer – faz do Dia Nacional dos Animais uma data de extrema necessidade para a promoção de reflexões a respeito da forma como a sociedade enxerga os animais atualmente e a desconstrução que deve ser feita para que eles passem a ser vistos como sujeitos de direito.

É preciso extinguir a hierarquia cruelmente estabelecida pelos humanos, na qual eles se colocam acima de quaisquer espécies, explorando-os, maltratando-os e tirando suas vidas. Os animais existem por propósitos próprios e não estão no mundo para servir às pessoas. O que falta, porém, é que os humanos entendam e aceitem essa realidade, passando a garantir aos animais a mesma paz que pedem para si.

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