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Após desaparecer, cão tem olhos perfurados e é encontrado cego no RS

13 de fevereiro de 2019
3 min. de leitura
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Um cachorro que ficou desaparecido por dois dias em Morro Redondo, no Rio Grande do Sul, foi encontrado com os dois olhos perfurados. O animal ficou cego. A Polícia Civil investiga o caso e trabalha com a hipótese de tortura. O caso aconteceu na última semana.

“É o meu único cão. Tenho ele desde 2012. Ganhei ele dentro de uma caixinha de sapato, como presente”, contou ao G1 o engenheiro aposentado Ivan Jonas de Barros Beck, de 67 anos.

Foto: Arquivo Pessoal

Inicialmente, Ivan suspeitou que o cachorro havia brigado com outros cães. A hipótese, no entanto, foi descartada pelo médico veterinário que atendeu Gambiarra, como é chamado o animal. Para o profissional, o cão pode ter sido baleado.

“As carnes dele tremiam. A primeira coisa que eu fiz foi chamar o veterinário, que levou ele para a clínica e disse: ‘isso não está com jeito de ser briga de cachorro’. Eu queria acreditar que seria uma briga de cachorro”, disse.

Segundo o veterinário Artur Guidotti Nunes, Gambiarra não voltará a enxergar. O delegado do caso, Márcio Steffens, aguarda laudo veterinário sobre a causa da cegueira.

“Havia projéteis, de tiros mesmo. Consegui retirar alguns chumbos, três projéteis de 3mm”, relatou o veterinário.

Ao ver os projéteis, o tutor do animal associou os ferimentos a um barulho que ouviu no dia do desaparecimento do cachorro, por volta das 19h de domingo (3). “Eu escutei o tiro da minha cozinha de casa”, lembrou. “Até achei que estavam tentando assaltar o meu vizinho”, completou.

Ele acredita que o barulho era de tiros e que os disparos teriam sido feitos contra o animal. O crime, na opinião do tutor, teria acontecido nas redondezas da casa dele.

Gambiarra, de seis anos de idade, é o grande companheiro de Ivan, que vive sozinho em uma chácara. Ele conta que o animal é muito dócil e brinca sempre com as netas dele, que chamam o cão de “Bibi”.

“Ele assustava porque era grande, mas o que ele queria era te dar um abraço e, no máximo, uma lambida na cara”, disse o tutor. Apesar da chácara ser cercada e de haver uma casinha para o cachorro no pátio, Gambiarra sempre teve acesso à rua. Por a região ser considerada tranquila, o tutor não imaginava que o animal corria riscos na rua.

Gambiarra está sendo medicado e será avaliado novamente pelo veterinário nos próximos dias. A Polícia Civil segue investigando o caso. “O cachorro foi torturado e, possivelmente, seja alguém no entorno”, concluiu o delegado.

Nota da Redação: a ANDA pede aos leitores que não permitam que cachorros e gatos tenham acesso à rua sozinhos. É importante que os animais saiam de casa apenas na companhia dos tutores e presos à guias, para que se mantenham em segurança. Até mesmo vizinhanças que aparentem ser tranquilas podem apresentar riscos para os animais. Na rua, eles podem ser agredidos, atropelados, envenenados, assim como há a chance de contraírem doenças e, no caso de animais não castrados, de procriar, aumentando o abandono com o nascimento de filhotes em situação de rua. Tutores de gatos devem telar janelas ou quintais, impedindo que os felinos saiam. No caso dos cães, portões e muros altos, aliados à atenção dos tutores na hora de abrir e fechar os portões, são suficientes.

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