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Obesidade também atinge os animais domésticos e pode matá-los

25 de setembro de 2018
4 min. de leitura
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Divulgação

Ao contrário do que muitos pensam, a obesidade também atinge os animais domésticos. Cães e gatos estão sujeitos a serem alimentados de forma indevida e a não praticarem exercícios por falta de disposição de seus tutores. Com isso, além de ficarem acima do peso, os animais podem ter sérios problemas de saúde.

De acordo com Jorge Morais, fundador e veterinário da rede Animal Place, a obesidade pode abreviar a vida de cães e gatos. “É preciso ficar atento à alimentação, com a introdução de ração de baixa caloria, que traz saciedade e evita reter peso”, explica. O especialista recomenda, ainda, a realização de um checkup no animal.

O tratamento recomendado por Morais não é diferente da realidade de Vanessa Vieira da Silva, 38 anos, moradora do Alto da Boa Vista, em Sobradinho. A empresária é tutora de dois cães da raça pug e, mesmo com os animais acima do peso médio, que deveria ser de 6kg a 8kg, Vanessa toma as devidas precauções para cuidar bem deles.

Tutora de Boris, de 2 anos e cinco meses (com peso de 14kg), e Sansa, de 2 anos e três meses (de 13,3kg), Vanessa admite ter deixado de caminhar com os cães, que são castrados, porque se tornou mãe recentemente. Porém, gosta de deixá-los à vontade no quintal, onde conseguem se manter em movimento. Ela notou, no entanto, um ligeiro aumento de gordura após a nova rotina.

Por conta disso, levou-os a um veterinário e passou a mudar a alimentação deles. Agora, Boris e Sansa comem ração pela manhã e, à noite, Vanessa arrisca dando arroz com carne. Ela também cortou frutas e, atualmente, garante que a saúde dos animais é excelente.

O método de Vanessa, mesmo sob orientação profissional, não é o melhor. De acordo com a veterinária Betânia Chagas Nogueira, 38 anos, da clínica Estilo Animal, em Sobradinho, se atentar para a alimentação puramente saudável do animal é fundamental. Por isso, continuar com o cardápio do “arroz com carne” não é nada recomendável.

Mesmo que o animal coma só ração, a veterinária explica que podem existir ambientes com mais de um cão (ou gato) no qual o animal dominador se alimenta da refeição do outro. Para isso, o tutor precisa ficar atento, pois o animal ficará mais gordo.

Consequências

Betânia avalia que a castração, como no caso dos cães de Vanessa, pode influenciar no aumento de peso do animal. Isso porque eles perdem hormônios, deixando-os menos ativos. “Mas tudo depende do comportamento do tutor com o cão ou o gato”, ressalta a veterinária.

Um animal obeso pode vir a ter problemas de acúmulo de pele em uma determinada região do corpo. Assim, as camadas ficam caindo e impedem até que o animal faça suas necessidades fisiológicas — podendo gerar infecções dos mais variados tipos. A expectativa de vida também é um fator decisivo na vida de um cão: com a imunidade baixa por causa da má alimentação e da falta de exercícios, o animal corre mais riscos de ficar doente e, consequentemente, morrer.

Ainda segundo Betânia, há raças predispostas à condição (como os pugs de Vanessa), mas o manejo do cuidador é o direcionador do futuro do animal. Mal cuidado, há riscos de doenças endócrinas e até problemas cardíacos. Por isso, a veterinária ressalta: “A obesidade em cães é bem pior que em seres humanos”.

Tutor obeso, animal obeso?

Se você está acima do peso e percebe que seu animal está na mesma situação — ou pelo menos caminhando para isso –, atenção, o problema é você. Conforme a profissional de Sobradinho, às vezes, a tarefa de manter a saúde do animal intacta se torna mais difícil quando o tutor é obeso.

Isso porque a alimentação do cuidador é refletida diretamente na do animal. Enquanto come as famigeradas “porcarias” com o animal do lado, a pessoa não hesita em oferecer a ele os petiscos. Por isso, é preciso ficar alerta a esses detalhes, e o próprio tutor já pode começar a praticar exercícios físicos na companhia do animal.

Por fim, Jorge Morais, fundador e veterinário da rede Animal Place, orienta aos tutores estimular os animal domésticos a se moverem. “O recomendado é fazer uso de brinquedos interativos, como arranhadores, ou criar prateleiras com diferenças de altura, para que eles possam se movimentar”, recomenda.

Fonte: Metrópoles

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