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Desenvolvimento humano ameaça sobrevivência de mais de 360 espécies de grandes mamíferos

3 de junho de 2017
3 min. de leitura
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Estão ameaçadas mais de 360 espécies de grandes mamíferos na África, Ásia e na América do Sul – as regiões mais ricas em biodiversidade do mundo, segundo um comunicado publicado na revista Nature Insight.

Girafa, uma das espécies ameaçadas pelo desenvolvimento humano
Foto: AFP

Porém, nem tudo está perdido. Uma mudança drástica na alimentação humana e nos métodos agrícolas poderia fornecer dietas saudáveis para 10 bilhões de pessoas até 2060 e simultaneamente preservar habitats habitáveis para a maioria das espécies restantes.

As sucessivas ondas de extinção das espécies ocorreram após a disseminação de seres humanos modernos da África para o resto do mundo.

Há três mil anos, a Terra perdeu a metade de suas mega espécies de mamíferos terrestres – animais que pesam mais de 44 quilos – e 15% de suas aves.

De acordo com o Daily Mail, a população humana de sete bilhões é atualmente 25 vezes maior do que antes e mais quatro bilhões de pessoas devem nascer até o final do século.

Já um quarto das espécies de mamíferos e 13% das aves estão ameaçadas de extinção, disseram os autores do estudo.

“As taxas de extinção para aves, mamíferos e anfíbios são semelhantes atualmente aos cinco eventos globais de extinção em massa nos últimos 500 milhões de anos, provavelmente consequências de impactos de meteoritos, vulcões e outras forças catastróficas”, escreveram.

Acredita-se que um desses eventos exterminou os dinossauros. A caça e perseguição de animais representam um risco para até metade das espécies ameaçadas de aves e mamíferos, diz a pesquisa.

Atualmente, as áreas protegidas designadas cobrem em torno de 14% da superfície terrestre da Terra, mas a biodiversidade continua diminuindo em todo o mundo.

Em algumas partes da África, por exemplo, as populações de leões caíram para 10% do seu potencial em grande parte devido ao desenvolvimento humano.

Entre 1970 e 1998, o consumo de carne de animais selvagens no Gana gerou um declínio da população de quase 80% em 41 espécies de mamíferos.

As ameaças à sobrevivência animal aumentam gradualmente com o crescimento da população humana e a renda disponível. Globalmente, outros 710 milhões de hectares deveriam ser liberados para atender a demanda projetada de alimentos até 2060.

Desse total, 430 milhões de hectares – quase metade do tamanho dos Estados Unidos – estarão na África subsaariana. Proteger os seres preciosos da Terra em meio a tais pressões exigirá a expansão e melhor gerenciamento das áreas de proteção, frisam os autores.

“Os principais impulsionadores da caça devem ser abordados, por exemplo, fornecendo às pessoas meios de subsistência ou fontes de proteína alternativos”, destacam.

Além disso, os rendimentos agrícolas – a safra produzida por hectare de terra disponível – devem ser aumentados com medidas que incluem a proteção da fertilidade do solo e a utilização de mais sementes resistentes à seca.

Alterar a alimentação pode desempenhar um papel crucial.

Quanto mais dinheiro uma sociedade possui, mais tende a consumir carne e outros produtos de origem animal, além de açúcar e amido – todas as commodities que exigem muita terra e água para a produção. Os autores recomendam comer mais frutas, vegetais, nozes e sementes.

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