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Desempregado e com ação de despejo, soldador tenta cuidar de 70 gatos em Santa Cruz das Palmeiras (SP)

9 de setembro de 2016
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Desempregado e prestes a ser despejado devido ao atraso no aluguel, Francisco de Assis Pereira Silva pede ajuda para cuidar dos cerca de 70 gatos que mantém em Santa Cruz das Palmeiras (SP). Os animais foram recolhidos em situação de rua pelo soldador de 56 anos que já morou em algumas cidades da região.

A ONG São Francisco de Assis, que atua em Santa Cruz das Palmeiras, informou que não possui gatil, apenas um canil que já está com a lotação máxima: 130 cães. Os gatos que chegaram ao local estão na casa da presidente da ONG, Ivânia Cristina Luchetta. Segundo ela, já são 38. “Não teria como abrigar mais 70”, disse.

A prefeitura também afirmou que não mantém nenhum gatil e disse que não há registro de pedido de assistência.

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Amor pelos animais
Francisco contou que há anos cuida dos animais abandonados que ele encontra em situação de rua. Em 2013, quando morava em Araraquara, foi chamado para trabalhar na Petrobras, em Macaé (SP), e junto levou cerca de 50 gatos. Lá, chegou a ter 120, mas alguns morreram e outros foram doados. Dois anos depois, retornou para Santa Cruz das Palmeiras com 86.

O soldador disse que perdeu o emprego em setembro de 2015 por conta dos escândalos envolvendo a Petrobras. Ele decidiu voltar para o interior de São Paulo porque a mulher, com quem conviveu há 11 anos, sentia saudades da família.

Segundo Francisco, a situação piorou quando recebeu a última parcela do seguro-desemprego. A companheira foi embora de casa e o deixou com os gatos. Ele até arrumou um emprego na cidade vizinha de Porto Ferreira (a 35 km), mas não teve como se mudar para lá e abandonar os animais.

Depois, conseguiu um bico em Santa Cruz mesmo, mas o serviço temporário durou dois meses. Agora, gostaria de se mudar para uma cidade maior, como São Carlos, onde acredita que teria mais opções de trabalho.

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Sem dinheiro
Francisco mora no Centro em uma casa de fundos com quatro cômodos. Paga R$ 400 de aluguel, que já está atrasado há três meses. Sem dinheiro, ele disse que já recebeu a notificação da ação de despejo. Os familiares moram em Fortaleza e, de acordo com ele, não têm condições de ajudá-lo.

O soldador disse que atualmente conta com a ajuda de amigos para se manter e para garantir a alimentação e saúde dos gatos. “Sinceramente nunca tinha passado por essa situação, tem noite que não consigo dormir. A gente não pede para passar por isso, me apego a Deus”, contou.

No espaço
A presidente da ONG São Francisco de Assis disse que sugeriu a Francisco procurar um sítio para acomodar os 70 gatos porque a ONG não tem como receber os animais.

“Até conversei com amigos, mas o problema é que ele não abre mão, tem muito amor pelos animais. Duas voluntárias foram até a casa dele e relatam que os gatos são bonitos e bem tratados, só que o espaço onde vivem na área urbana é inviável”, contou.

Ivânia afirmou que a situação do soldador é delicada. “Ele precisaria de um espaço para ser realocado, para viver dignidade. Os animais então nem se fala. Ele está lutando para manter esses gatos, mas quando for despejado vai ter que entender que parte desses bichos a gente vai ter que doar. Sabemos que vai ser difícil”, disse.

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Fonte: G1

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