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Universidades Norte-Americanas como centros de tortura de primatas

19 de maio de 2016
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Macacos usados em pesquisas sobre AIDS (www.sciencemag.org/)
Macacos usados em pesquisas sobre AIDS (www.sciencemag.org/)

A decisão do Centro de Tortura New Iberia, que pertence à Universidade de Louisiana, no campus de Lafayettes (ULL), de transferir seus 220 chimpanzés para um Santuário em construção na Georgia é a ponta do iceberb, bem oculto até pouco tempo atrás, da indústria da Tortura de Primatas em Universidades Norte-Americanas.
Atualmente, 0s três Centros de Tortura universitários – o ULL, o Texas Biomedical Research Institute e a Universidade de Emory – mantêm sob seu domínio mais de 15.000 primatas. As razões para começar a se desfazer dos chimpanzés é legal, e não humanitária como desejam fazer ver. Agora nos Estados Unidos, torturar chimpanzés é uma ilegalidade e podem sofrer pesadas penas se continuarem fazendo isso.
Porém, existem outros milhares de primatas indefesos que estão nas garras desses torturadores, e que ainda podem ser explorados. Com sua manutenção, arrancam milhões de dólares dos cofres do NIH – National Institute of Health, que durante décadas têm financiado esta população cativa. Só o New Iberia Research Center, da Universidade de Louisiana, além dos 220 chimpanzés, agora aposentados, tem em tortura ativa 4.818 macacos rhesus, 621 macacos do gênero chlorocebus, 349 macacos caranguejeiros, 308 macacos do gênero macaca e 20 macacos-pregos.
Há mais de 10 anos, quando fizemos uma visita às instalações do Instituto de Câncer Anderson, em Bastrop, no Texas, parte da Universidade desse Estado, além de 75 chimpanzés que possuía, haviam centenas de macacos rhesus engaiolados em laboratórios tenebrosos e se orgulhavam de que tinham um grupo nascido lá que era a terceira geração livre de vírus – ideais para suas pesquisas invasivas contra alguns vírus mais agressivos.
O anúncio da Universidade de Louisiana é só uma cortina de fumaça para que não se toque em sua indústria de tortura de macacos menores, financiada com verbas federais. Os 220 chimpanzés serão transferidos a partir de junho em grupos de 10, porém tudo depende de que se levante dinheiro em doações voluntárias para expandir o Santuário da Georgia, qum Santuário originalmente de gorilas que nunca acolheu mais de três indivíduos, procedentes de zoológico e terminou desativado.
Dessa forma, o anúncio da transferência de 220 chimpanzés para um Santuário é uma forma de encobrir as torturas em milhares de primatas inferiores, já que o Santuário não tem capacidade para recebê-los e estimam em 250 milhões de dólares o projeto completo, e a Universidade não aporta praticamente nada neste investimento.
O Centro New Iberia foi denunciado no passado por graves maus tratos aos primatas lá mantidos, sendo uma mancha numa instituição – a Universidade de Louisiana – que deve ser um símbolo da ética e do respeito a todos os seres vivos neste mundo.
A indústria da tortura de animais para pesquisa biomédica nos Estados Unidos, em nenhum momento se responsabiliza com o futuro dos milhares de seres que mantém sob seu domínio e quando decide cessar suas práticas os entrega à sociedade, para que a mesma, com doações voluntárias, disponha de um lar para acolhê-los.
O NIH – Instituto Nacional de Saúde – grande culpado de incentivar e financiar esta indústria, é dona de 308 chimpanzés e já anunciou que os está aposentando. Porém, o Santuário oficial Chimp Haven não tem capacidade para recebê-los e o Instituto nem considera financiar sua expansão, deixando essa tarefa nas mãos de doações voluntárias, abdicando de sua responsabilidade ética, moral e legal de manter vivos todos os milhares de seres que usou anos a fio.
Não nos deixemos enganar com os anúncios prematuros de aposentadoria de primatas e de cessar as práticas de torturas invasivas em animais. Passemos a exigir que os torturadores do passado sejam responsáveis pelo futuro ético e decente de milhares de seres inocentes torturados em prol de interesses econômicos de muitas corporações privadas, que foram suas sócias nessas atividades desumanas.

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