EnglishEspañolPortuguês

Milhões de animais explorados em experimentos a cada ano

3 de fevereiro de 2016
3 min. de leitura
A-
A+

Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Babuino-usado-experimentos
Babuíno explorado em pesquisa. Foto: Journal of Medical Primatology

Estima-se que a cada ano pelo menos 115 milhões de animais morram nos laboratórios da indústria química e farmacêutica, em universidades e outros institutos de pesquisas, como publicado pela ANDA. Apenas na Austrália, em 2009, a Fairfax Media revelou que mais de 6 milhões de animais, incluindo babuínos, cães, gatos e mamíferos nativos estão sendo explorados ​​a cada ano no país para a pesquisa médica, experimentos e treinamento de habilidades cirúrgicas, de acordo com dados oficiais.

As estatísticas do governo revelam que ratos representaram a maior proporção de animais explorados, com mais de um milhão submetidos a testes e experimentos. Cerca de 6.000 cães e mais de 1.500 gatos também foram explorados ​​e um relatório do governo de NSW (New South Wales) mostrou que alguns animais selvagens já haviam sido objeto de experimentos que envolveram “pouca dor.”

NSW teria sido o maior explorador de animais em experimentos e treinamento de cirurgias com um número total de 2.699.532. Victoria foi o segundo maior usuário com 1,084,507 animais de acordo com as estatísticas compiladas pela Humane Research Australia a partir de recursos do governo estadual.

A nível nacional, existiam 123,975 animais explorados na categoria “grande desafio fisiológico” de investigação, o que significa que “os animais permanecem conscientes por parte ou todo o processo … o que causa grau moderado ou grande de dor/ desconforto, que não é rapidamente ou eficazmente aliviado.”

As revelações sobre o número de animais sendo explorados segue divulgações da Fairfax Media na semana passada de que os babuínos estavam sendo criados em Sydney e Melbourne e utilizados em experimentos de “estilo frankenstein” incluindo o transplante de um rim de porco no corpo de um babuíno. Esse babuíno, chamado Conan, teve que ser morto depois de sofrer efeitos colaterais fatais.

Nem todos os animais utilizados experienciaram dor e sofrimento. Alguns são apenas detidos para observação com “menor interferência.” Mas mais de 25.000 animais foram submetidos a uma experiência cruel com “a morte como um ponto final”, no qual o animal está sofrendo e morte dele é planejada, mas ele não é induzido a morte.

Segundo a chefe-executiva da Humane Research, Helen Marston, a Austrália é o quarto maior explorador de animais em experimentos do mundo depois da China, Japão e Estados Unidos. Segundo ela, tem havido uma resistência de afastar-se da exploração de animais – apesar das alternativas disponíveis que estão sendo utilizadas em todo o mundo.

Para Denise Russell, uma pesquisadora na Universidade de Wollongong especializada em animais e ética, há uma falta de escrutínio ético dos projetos experimentais.

“O escrutínio ético para a investigação vem no final de um longo processo de aplicação de concessão e aprovação”, disse ela. “Há então um incentivo para que os comitês de ética animal simplesmente aceitem as propostas. [Se não, as instituições têm o financiamento negado.] É obrigatório que os cientistas nos comitês de ética animal sejam de áreas que usem pesquisas com animais e não pode se esperar que tenham um bom conhecimento sobre alternativas.”

Russell disse que a maioria dos experimentos realizados não foram feitos para obter uma cura para uma doença humana. “Há muitas vezes uma euforia sobre uma nova droga, e então nada se sucede”, disse Russell. “Tudo isso sugere que estamos procurando no lugar errado e alternativas devem ser investigadas. Além disso, o fato de que há baixa transferibilidade dos estudos com animais para os humanos sugere que a exploração de animais para saber mais sobre os seres humanos é equivocada.”

O Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (NHMRC) é responsável pelo financiamento da investigação que envolve animais. Ele está revendo a sua política sobre o tratamento e a utilização de primatas não-humanos para fins científicos.

*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.

Você viu?

Ir para o topo