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Tubarões e golfinhos são grandes animais do mar de Noronha (RJ)

2 de junho de 2015
3 min. de leitura
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Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de Noronha
Foto: Antônio Melcop/Administação de Fernando de Noronha

Dois grandes animais que habitam o fundo do mar de Fernando de Noronha fazem da ilha eleita a mais bonita do Brasil um verdadeiro parque de diversões. São os golfinhos e os tubarões, que acompanham os turistas na viagem, interagindo com eles, cada um da sua forma, e despertando a curiosidade desses visitantes.
Estigmatizado como um animal terrível, é no arquipélago que o tubarão mostra que as coisas não são bem assim. Em praias como a do Sueste, do Porto de Santo Antônio, da Caieiras e do Sancho, é possível interagir com eles, principalmente com os da espécie limão (negaprion brevirostris), uma das 13 encontradas na ilha – além dela, as mais frequentes são o lixa (ginglymostoma cirratum) e o do recife (carcharhinus perezi).
Pegue o snorkel, vá para o mar e não tenha medo. O engenheiro de pesca Leonardo Veras, curador do Museu do Tubarão, explica que os seres humanos não fazem parte da cadeia alimentar dos oceanos, logo, não são alimento para esses animais. “A pergunta não é por que os tubarões de Noronha atacam, e sim por que os outros fazem isso. Tubarão não é feito para comer gente. Aqui temos um ambiente equilibrado e pequena invasão humana no mar. Além disso, a água cristalina faz com que o tubarão identifique o humano e não ataque”, afirma.
Esses predadores se alimentam de peixes menores do que eles, principalmente o peixe papagaio, além de animais como polvos e lagostas. Pesquisas apontam que há tubarões que comem cerca de 2% do seu peso corporal por dia. Porém, Veras frisa que isso não vale para todas as espécies.
“Eles não comem o tempo todo. Como têm o metabolismo mais baixo do que o do ser humano e são animais homeotérmicos, com temperatura regulada pelo ambiente, acabam gastando menos energia”, justifica. Além disso, esses bichos passam por períodos de abstinência alimentar que podem durar um ano – embora tenham como objetivo de vida procurar alimento. “Precisam comer principalmente quando vão se preparar para a migração e para a reprodução.”
É justamente para ter os filhotes que os tubarões chegam a Noronha. No caso da espécie limão, depois de usar as piscinas naturais da ilha como berçário, ficam na costa enquanto são jovens, período em que geralmente podem ser vistos pelos banhistas. São animais de até um metro, normalmente até os 12 anos de idade.
De acordo com o engenheiro de pesca, os machos adultos dessa espécie vivem longe da ilha, enquanto as fêmeas costumam morar em regiões mais profundas no entorno de Noronha. Os animais se aproximam da costa entre janeiro e fevereiro, quando acontece a cópula. A fecundação é interna.
As crias nascem 11 meses depois, podendo haver até 20 pequenos tubarões, medindo cerca de 30 centímetros. O canibalismo é muito comum entre esses bichos, então, assim que chegam à água, os filhotes já têm que ficar alerta. Esses animais podem viver cerca de 30 anos.
Fonte: NE10

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