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Pobre do animal quando não é sagrado - ou quando é sagrado

11 de dezembro de 2014
2 min. de leitura
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Fazer uma ‘boa ação’ enxugando gelo, chegar em casa para comer sua santa carne, costurando uma cadeia de exploração de pessoas no trabalho semi escravo, desmatamento, fome, sacrifício e exploração sem fim de animais e recursos naturais e, portanto, na maldade generalizada. Isso é fazer o bem? Vamos lá.
Muitos filósofos e gurus falam em vegetarianismo. Praticar o que se acredita e prega aos outros seria, no mínimo, decente. Mas se conta somente parte da história, o que convém. O restante se omite. Em praticamente todas as religiões, há um trecho sobre ser vegetariano, mas ele é escamoteado, com desculpas ou distorções.
Pensamento cristão, só para esclarecer não se refere apenas a uma religião, e sim ao modo de pensar ocidental, que influencia a todos, incluindo os ateus. Se por um lado cito o pensamento ocidental, a moral cristã, não estou aqui querendo dizer que o Oriente é santo. Não é.
Os textos religiosos distorcem conceitos, tornando incoerente a prática ética, pois têm de tudo, principalmente a visão antropocêntrica. O não comer animais, nesse contexto, passa a ser um ato de nobreza, um ritual para tornar-se mais limpo, mais evoluído, enfim, toda a classe de elogios à mais bela criatura que existe sobre a Terra. O homem. Os animais são escolhidos a dedo, conforme a conveniência, conforme a condição.
Pobre do animal, quando ele não é sagrado. Ou, dependendo da crença, pobre do animal, quando ele é sagrado.
O sujeito deveria tornar-se caridoso e abdicar de todo o consumo de animais por sua própria consciência e ética, não usando de desculpas para seguir explorando animais por toda sua vida, com conversas do tipo “peixe pode”, “porco não pode”, “mel pode”, “vaca não pode”. Esse tipo de dogma provoca as mais comuns e bizarras distorções de pensamentos. Tal delírio é visível nas pessoas em época de Natal. O corre corre em torno do consumismo, a culpa, a solidão depois do esnobismo, a morte de animais por todos os lados, normatizada como algo do cotidiano. E a perda da noção do que significa bondade. Um bom exemplo de desalinho do conceito de ajudar ao próximo é o que vemos em quem fecha os olhos para o próximo durante o ano inteiro, mas que no Natal corre-lhe a culpa no sangue, disfarçada em ‘caridade’.
Leia e conheça o drama dos muçulmanos nos abatedouros brasileiros – http://www.cartacapital.com.br/revista/803/onde-ala-nao-influencia-3446.html.

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