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Por que aceitar o abolicionismo e rejeitar o regulamentarismo?

22 de setembro de 2014
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porcos-na-jaula
Em outra postagem, foram definidas e expostas as principais características de duas posições divergentes quanto à moralidade da exploração animal: o abolicionismo e o regulamentarismo. O presente texto aborda a seguinte questão:
“por que deve-se aceitar o abolicionismo e rejeitar o regulamentarismo?”
As três principais razões são as seguintes:
(1) O regulamentarismo é especista. Utiliza a espécie a qual um ser pertence para determinar quem deve ser o explorado e quem deve ser o explorador, quem deve ser morto e quem deve viver, quem deve estar bem e quem deve sofrer, assim como os escravagistas de humanos utilizavam a raça de alguém para determinar as mesmas coisas. A espécie de alguém, assim como sua raça, não é relevante para se saber se alguém é passível de ser prejudicado ou beneficiado. A razão básica para não se prejudicar e para beneficiar alguém devem-se ao fato de os prejuízos serem coisas ruins e os benefícios serem coisas boas. Todos nós reconhecemos esse ponto quando trata-se de prejuízos e benefícios sobre nós mesmos, por exemplo. A raça e a espécie de alguém não modificam a característica dos prejuízos serem coisas ruins e os benefícios serem coisas boas. Logo, basear-se na espécie ou raça para determinar quem deve e quem não deve ser prejudicado ou beneficiado é cometer uma injustiça grave. Veja mais detalhadamente as razões para se rejeitar o especismo clicando aqui.
(2) O regulamentarismo, muitas vezes, é fundado na ideia de que os animais não humanos são prejudicados com o sofrimento, mas não são nunca prejudicados com a morte. Há fortes razões para se rejeitar essa perspectiva e, então, concluir que os seres sencientes com possibilidades de vidas significativas, independentemente de espécie, são prejudicados ao morrer. Essas razões podem ser encontradas aqui.
(3) Em outras vezes, o regulamentarismo não é fundado na ideia de que os animais não humanos não são prejudicados ao morrer, mas sim, na ideia de que, mesmo que sejam prejudicados ao morrer, esse prejuízo não deve ser levado em consideração porque as vítimas não pertencem à espécie humana. Essa posição é ainda pior do que a posição que defende o regulamentarismo por acreditar que os animais não humanos não são prejudicados ao morrer: enquanto uma comete uma discriminação devido a um erro factual (cometer o engano de pensar que os seres sencientes não humanos não são prejudicados ao morrer), e então a injustiça só acontece por se pensar que não se está a prejudicar as vítimas, a outra comete uma injustiça mesmo reconhecendo que as vítimas são prejudicadas. Tal posição é extremamente especista e deve ser rejeitada pelas mesmas razões endereçadas no item 1.

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