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Moradores denunciam morte de animais por envenenamento

20 de março de 2014
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Como protesto, moradora colocou uma faixa em frente da casa dela (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Como protesto, moradora colocou uma faixa em frente da casa dela (Foto: Reprodução/ TV TEM)

Os moradores do Bairro Jardim Itália, em Itapetininga (SP), e que têm animais domésticos, estão apreensivos após a morte de oito animais. Seis cães e dois gatos morreram em um período de dois meses. Segundo os responsáveis pelos animais, eles foram envenenados.

A servidora pública Suzana Riedel Assavd Azevedo conta que o cão criado pela família foi uma das vítimas. O Ringo, como era chamado o animal, estava com a mulher há seis anos. O SRD foi adotado pela família. Há menos de um mês o animal morreu. “Ele andava pela rua e no dia que morreu saiu de casa por volta das 11h. Dez minutos depois ele voltou cambaleando, sem firmeza nas patas. Quando ele percebeu que a crise era grande e não iria superar, os olhos dele se encheram de água e as lágrimas pingavam no chão. Eu fiquei impressionada com aquilo. E depois disso ele deitou e não deu tempo para mais nada. Após 20 minutos ele morreu”, afirma.

Suzana Azevedo conta que a família tem mais uma cachorra e desde a morte de Ringo, a cadela fica trancada em casa. A tutora diz que tem medo que ela saia para passear e seja mais uma

Inconformada com a situação, a servidora pública colocou uma faixa em frente à casa onde alerta às pessoas para que denunciem os crimes de envenenamento de animais. A faixa tem o seguinte texto: “RINGO: o cachorro mais amoroso e feliz que já conhecemos, morto por envenenamento. Maltratar animais é crime! Faça como nós: DENUNCIE”.

A tutora conta ainda que tentou fazer um boletim de ocorrência, mas não conseguiu. “Eu me sinto sozinha, porque nessa hora você vai procurar ajuda em uma delegacia, mas ninguém toma atitude nenhuma. A lei existe, mas na prática não funciona”, explica Azevedo.

Outro animal vítima de suposto envenenamento foi o gato da corretora de imóveis, Alice Cunha. Ela afirma que ele morreu intoxicado com chumbinho, no entanto, só descobriu o envenenamento depois de fazer uma necropsia. “As duas gatas que lamberam meu gato também passaram mal, mas elas eu consegui salvar“, diz.

Ringo morreu com sintomas de envenenamento (Foto: Reprodução / TV TEM)
Ringo morreu com sintomas de envenenamento (Foto: Reprodução / TV TEM)

De acordo com os moradores, além de Ringo e o gato de Alice, pelo menos outros cinco cães e um gato morreram com os mesmos sintomas, entre eles, vômito e convulsão. O médico veterinário Calixto Fogaça explica que esses são sintomas de envenenamento. “O principal sintoma, normalmente, é aquela alteração de comportamento muito brusca. O animal que estava bem, fica inquieto, vomitando. Normalmente os sintomas clínicos de problemas neurológicos são convulsões, falta de coordenação motora, o estagno também, que são movimentos oculares na horizontal, na vertical ou vibração dos olhos. Isso mostra que a parte neurológica do animal não está bem”, conta.

O veterinário Calixto Fogaça diz ainda que é possível salvar o animal depois de envenenado. “A primeira atitude que o tutor deve ter é correr para a clínica veterinária mais próxima e entrar com as medidas de descontaminação para aumentar as chances de esse animal sobreviver. Não se pode dar leite, ou alimento. O melhor é que o animal vomite, para diminuir a quantidade de qualquer coisa que ele esteja absorvendo do que dar uma coisa para beber e comer, que o induz a absorver ainda mais a toxina”, completa.

O delegado de Polícia de Itapetininga, Marcos Tadeu, explica que os casos de maus-tratos a animais, como também os envenenamentos, devem ser denunciados na Polícia Civil. A pena vai de três meses a um ano, prevista na lei de crime ambiental. “É muito importante que se registre o boletim de ocorrência. Feita a denúncia se inicia imediatamente um trabalho de investigação, que visa reunir o maior número possível de provas da materialidade do crime e do seu autor. Concluindo os trabalhos de investigação, é remetido para a Justiça para que o responsável pelo crime seja submetido à decisão judicial”, afirma.

Fonte: G1 

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