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Como um anfitrião educado reage na presença de um vegetariano

9 de novembro de 2013
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Demorou um tempinho. Mas aos poucos os amigos do marido, que nos convidam para jantar ou para o tal do aperitivo em suas casas, entenderam: a carne não é obrigatória numa refeição. No começo, quando eles ainda não me conheciam direito, aconteceu de eu só ter pão e uma salada improvisada para comer. Mas, como prefiro deixar meu anfitrião meio constrangido a ficar me sentindo um zero à esquerda por ter deixado minha filosofia de lado em nome da “boa educação”, o cardápio dos anfitriões foi melhorando. Não, eu não fiz nenhum discurso inflamado à mesa, não dei livros de receitas vegetarianas de presente e também não levei nenhuma receita minha para eles experimentarem. Simplesmente disse “não, obrigada”.

O fato é que depois do episódio do pão com salada, já fui recebida com arroz integral com pesto e tomate, o famoso húmus, torta de espinafre, croquete de verdura, vegetais grelhados, berinjela empanada (vegana!)… Talvez essa atenção especial tenha a ver com o nível de educação dessas pessoas, que em momento algum fizeram piadinhas ou me provocaram com frases do tipo “mas o alface também sofre” ou “os animais foram feitos pra comer. Está até na Bíblia”. Muito pelo contrário. Em vez de me verem como uma “inimiga”, eles sempre me perguntam muito educadamente se gostei da comida que prepararam e a saboreiam junto comigo – sim, como acontece normalmente, os pratos sem carne sempre terminam primeiro.

Se estão na dúvida sobre o que fazer, eles ligam. Semana passada, um dos amigos convidou pra jantar, mas telefonou um dia antes pra saber se eu comia atum. “Não, ela não come peixe”, respondeu o marido. “Ah ok. Então farei outra coisa, sem problemas”. Chego lá e encontro um cardápio vegetariano bem gostosinho que incluiu chips de abóbora: num refratário, coloque lascas de abóbora japonesa com casca, sal grosso, azeite abundante e forno a 180 ºC por uns 40 minutos ou até a abóbora ficar pretinha e crocante. Estava tão gostoso que pedi a receita (muito “complicada”, como você pôde ver) e preparei aqui em casa também.
Então, como não sou tão “mal educada” assim, aproveito esse post pra agradecer aos amigos italianos pela gentileza de se preocuparem com o que como e de se interessarem pela alimentação vegetariana. Grazie!

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