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Delegado aponta síndica como responsável por morte de gatos

10 de junho de 2013
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Um inquérito concluído pela Polícia Civil apontou que a síndica de um condomínio em Ribeirão Preto (SP) é a responsável pelas mortes de gatos no local em março deste ano, disse nesta sexta-feira (7) o delegado de Proteção aos Animais, Luiz Geraldo Dias. Com base em testemunhos e provas como um frasco de veneno encontrado na sala da administração, obtidos em quatro meses de investigações, ele afirmou que Vera de Lurdes Ferreira é a principal responsável pela morte de animais no Residencial Jardim das Pedras, que fica na Zona Leste da cidade. A defesa da síndica informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre a conclusão do inquérito.

Segundo Dias, o inquérito será encaminhado à Justiça e ao Ministério Público, que poderá pedir mais detalhamentos do caso. A síndica responderá em liberdade por maus-tratos a animais, crime que pode ser penalizado com até um ano de detenção por animal exterminado. “A somatória por cada animal morto será uma coisa a ser definida em juízo, na instrução pelo promotor de Justiça e pelo juiz”, afirmou o delegado.

De acordo com Dias, as evidências coletadas pela polícia são suficientes para concluir que a administradora do condomínio teve envolvimento na matança dos animais, a começar pelo que ele considerou uma “omissão” por parte da própria indiciada desde quando o caso foi registrado pela polícia.

“O primeiro dos indícios vem com a omissão da síndica que no dia não compareceu ao local, não recebeu a imprensa, não recebeu a polícia, não registrou os fatos. Como gestora e síndica de um condomínio de 21 mil moradores, ela se declarou omissa de maneira taxativa”, disse o delegado.

O depoimento de uma testemunha – registrada nos autos do processo – confirmando as intenções da então síndica em exterminar os gatos também deu base à conclusão do inquérito, disse Dias. “Uma testemunha nos informou que tempos atrás em uma conversa formal a síndica revelou para ela que tinha intenção premeditada, organizada, de colocar fim nos animais.”

A apreensão de um frasco de veneno em um armário de uso exclusivo da síndica, segundo Dias, também foi uma evidência que pesou contra ela. “Encontraram esse frasco de veneno remanescente, mexido, evidentemente em estado de uso, dentro do armário de uso particular dela. Somando-se tudo isso, não tive dúvidas, estou apontando-a como autora do crime pela morte dos animais.”

Dias acredita que o ato tenha tido participação de outras pessoas. “Não acredito que ela tenha agido sozinha. (…) Impossível dizer que ela não soubesse no mínimo quem era o autor, quais eram os autores, certamente comandados, geridos por ela. Somente ela tinha o domínio, somente ela sabia o que ocorreu lá dentro.”
Síndica

O advogado de defesa de Vera, Danilo Tonim Helena, disse que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a conclusão do inquérito e que somente irá se pronunciar após ter tido acesso aos autos do processo. “Só vamos nos pronunciar quando recebermos a intimação formal”, afirmou.

O caso
A denúncia sobre as mortes dos gatos no condomínio foi feita em março por um grupo de moradores. Cerca de 20 animais abandonados viviam soltos no local e eram cuidados por voluntários. Segundo eles, três deles foram encontrados mortos em uma vala nos fundos do residencial. Quatro foram socorridos enquanto agonizavam e levados a veterinários particulares e ligados às ONGs de Ribeirão. Três deles não resistiram. De acordo com moradores, grande quantidade de carne contaminada foi encontrada nas áreas comuns do condomínio.

Após a denúncia, houve a apreensão de um frasco com o veneno estricnina na administração do condomínio.

A síndica chegou a ser afastada por uma liminar expedida pelo juiz Heber Mendes Batista em 26 de março, mas foi restabelecida ao cargo por nova decisão judicial.

Fonte: G1

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