EnglishEspañolPortuguês

Na fila da adoção, 200 cães e gatos estão à espera de carinho

24 de março de 2012
3 min. de leitura
A-
A+
Cães são cadastrados e tratados

Calmo, Toninho tem os olhos castanhos cheios de meiguice. Branco é hiperativo. O simpático Jorge se dá bem com os mais novos e parece que está sempre sorrindo – um sorriso fino e meio torto.

Os três, Toninho, Branco e Jorge, têm uma triste história devida. Conviveram com o desrespeito e a omissão e hoje estão à esperada adoção na Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Coprovida) da Prefeitura de Santos, em SP.

“Toninho, um pastor alemão, foi encontrado na Rua Oswaldo Cochrane tendo uma convulsão. É o cão mais querido aqui da Coprovida. Ele toma Gardenal (medicamento anticonvulsivo), mas o que mais sente falta é de um abraço”, comenta apaixonadamente a coordenadora do espaço, Leila Abreu.

Ela conta que Branco foi encontrado tão magro que mal parava em pé. “Não sabíamos a sua cor, de tanto sangue que havia em seu pelo”.

Jorge, de uns dois anos, é uma espécie de irmão mais velho para uma ninhada de mestiços pretos e brancos que foram achados ainda com os cordões umbilicais. Chegados da rua há pouco mais de um mês, eles (são quatro filhotes) se recuperam da desnutrição, de doenças adquiridas na rua e bebem leite especialmente desenvolvido para substituir o desmame precoce. Mas em suas histórias, foi o abandono a verdadeira carência.

Foto: Reprodução

Mais de 200 abandonados

A Coprovida oferece assistência veterinária, alimentos, abrigo e carinho. Castra, vermifuga e procura novas famílias para cães e gatos que não tiveram sorte em sua primeira vez.

Entre os cães, são aproximadamente 80 adultos e 15 filhotes. Os gatos, de todas as idades e cores, passam de 120. E há de tudo: animais cegos, idosos e mutilados.

Alguns já não têm mais condições de serem doados, pois precisam de cuidados especiais. Viverão em entidades. “Quase todos chegam tão debilitados que têm de passar por uma reidratação (soro) antes de começar o tratamento. Aí entram os cuidados veterinários e medicamentos”, afirma a coordenadora.

Ela acredita que não existe desculpas para maltratar os animais. Falta de tempo, pobreza e idade avançada não são motivos bons o suficiente. Os animais adotados já vão devidamente vermifugados, alimentados, vacinados, castrados e saudáveis. E, de acordo com a coordenadora, eles agradecem ao novo dono com carinho.

Surtos

Leila conta que uma das partes mais difíceis do trabalho da Coprovida é a detecção do que ela chama de “surtos” – a proliferação desordenada de animais domésticos (centenas até) em determinados pontos da Cidade.

“Isso ocorre muito e pode ser causado por uma psicose dos chamados colecionadores de animais. Geralmente são pessoas que associaram alguma perda na família ou emprego à necessidade de apegar-se a animais domésticos”.

Em casos assim, a entidade tenta convencer os responsáveis a permitir a castração e cuidar da saúde antes que os animais voltem para os tutores. “É um trabalho difícil. Temos um caso de uma pessoa que tem 300 gatos. Mas não existe lei que limite o número de animais por pessoa”.

A castração é rápida e indolor. Nos machos é feito um corte no escroto e os testículos são retirados. Das fêmeas são retirados os ovários e o útero, por uma incisão na barriga.

Foto: Reprodução

Interesse

As pessoas interessadas em adotar um bichinho devem procurar a Coprovida (Avenida Nossa Senhora de Fátima, 375, Santos), entre 8 e 16 horas, munidas de CPF, RG e comprovante de residência).

Fonte: Jornal A Tribuna

Você viu?

Ir para o topo