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Centenas de animais vivem aprisionados numa 'Arca de Noé' em terraço de Bangcoc

22 de janeiro de 2011
3 min. de leitura
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(Foto: Reprodução/CoffeeToday)

Cerca de 200 animais, incluindo um gorila, um pinguim, vários tigres e ursos, vivem amontoados em uma espécie de Arca de Noé no alto de um centro comercial na capital da Tailândia.

O cruel zoológico ocupa os dois últimos andares de um edifício comercial dedicado à venda de roupas, comida e aparelhos eletrônicos de marca e também falsificados.

Os grupos de ambientalistas mantêm há muito tempo uma guerra contra a direção do centro comercial, e insistem em denunciá-la por expor os animais em jaulas minúsculas e não prestar o atendimento adequado.

Mas o Pata Zoo, empresa com centros comerciais em vários bairros de Bancoc, não se abalou, apoiando-se em uma legislação pouco rigorosa, sustentam os grupos ambientalistas.

A solitária gorila Bua Noi, apelidada de “King Kong”, é um dos animais desta coleção formada também por serpentes píton, cobras, lagartos, cervos, pássaros, tartarugas exóticas, assim como alguns exemplares albinos de porco-espinho e de macaco.

A gorila Bua Noi enjaulada. (Foto: Reprodução/FACT)

Com um ar apático, Bua Noi, de 25 anos, se movimenta em círculos num espaço de 10 metros quadrados onde adaptaram um balanço.

A gorila ficou sozinha há alguns anos depois que seu companheiro de jaula Bua Na, um macho de 50 anos, morreu.

Seus parentes orangotangos, chimpanzés e macacos têm que se conformar com uma versão compacta de um zoológico de apenas quatro a cinco metros quadrados.

Os chimpanzés aprenderam a pedir comida aos visitantes através das barras, que compram no local brotos e folhas por 20 bat (equivalente a US$ 0,5), e também a cuspir para aquelas pessoas que negam o aperitivo.

Durante os finais de semana, o zoológico costuma organizar espetáculos com chimpanzés providos de espadas de plástico que simulam combates de esgrima, e macacos maquiados montados em bicicletas.

Os responsáveis pelos cuidados dos animais alegam que, longe de sofrer estresse e maus-tratos, os inquilinos do zoo recebem uma atenção privilegiada e estão melhores alimentados que muitos humanos em outras partes do mundo.

“Este chimpanzé se chama Kat e tem 8 anos, é tão manso que podemos levá-los a passear com crianças sem problemas”, explica à Agência Efe uma das responsáveis pelos primatas, que prefere manter seu nome no anonimato.

“Sei que as jaulas são pequenas, mas não há mais espaço”, reconhece, enquanto entoa uma melodia que faz Kat dançar.

Recentemente, os responsáveis do centro comemoraram o nascimento de um filhote de pantera, que está aos cuidados dos veterinários.

Para os grupos de defesa dos animais como PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, da sigla em inglês) e Wildlife Friends Foundation, o zoológico deveria ser fechado porque consideram que encarcerar os animais nas estreitas jaulas é uma tortura e uma crueldade.

“As condições do Pata Zoo são uma das piores que a PETA já encontrou. As jaulas são extremamente pequenas e inadequadas, os animais vivem em um habitat inadequado”, garantiu o grupo ecologista.

Wildlife Friends Foundation lamenta que cerca de 50 espécies diferentes vivem enjaulados num espaço de apenas 30 metros, dentre eles um solitário pinguim, cujos parentes foram morrendo um a um nos últimos anos.

Os pinguins e outras espécies de animais de habitats frios são adaptados em câmaras refrigeradas para se protegerem do calor tropical de Bancoc.

A responsável pela gorila, Suwan Netlak, disse que as campanhas dos ecologistas contra o Pata Zoo a incomodam e assegurou que o animal desfruta de uma vida confortável com ar-condicionado, televisão e todo tipo de alimento.

Com informações de Folha

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