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Nova plataforma petrolífera coloca em perigo baleias criticamente ameaçadas

17 de janeiro de 2011
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Os investigadores acreditam que é ali que as mães ensinam as suas crias a alimentarem-se. (Foto: Heriberto Rodriguez/Reuters/arquivo)

A companhia Sakhalin, em parte detida pela Shell, anunciou que pretende construir uma nova plataforma petrolífera perto de um local de alimentação das últimas 130 baleias-cinzentas no oceano Pacífico ocidental, espécie Criticamente Ameaçada, denuncia a WWF.

A Sakhalin Energy já tem duas plataformas na zona e, segundo estudos anteriormente realizados pela companhia e agora citados pela WWF, o local para a terceira é uma zona atreita a sismos e, por isso, instável.

“A construção e exploração de mais uma plataforma off-shore poderá ter numerosos impactos negativos nas baleias”, escreve a organização em comunicado. Entre esses impactos está a perturbação nos comportamentos alimentares e o aumento do risco de colisão das baleias com navios.

A região visada é o principal habitat de alimentação para a baleia-cinzenta (Eschrichtius robustus) do Pacífico ocidental, ao largo da ilha Sakhalin.

“Apenas sobrevivem cerca de 30 baleias-cinzentas fêmeas em idade reprodutora. A população já está à beira de desaparecer para sempre”, alertou Aleksey Knizhnikov, da WWF russa. “A perda de apenas algumas fêmeas poderá significar o fim da população.”

Atualmente, as baleias-cinzentas têm apenas duas populações, geneticamente diferentes: no Pacífico Oriental (que migram entre o México e o Alasca) e no Pacífico Ocidental (entre a Rússia e a China). Em 2003, a população de baleias-cinzentas ocidentais foram classificadas como Criticamente Ameaçadas pela Lista Vermelha da UICN (União Internacional de Conservação). Esta população depende das águas ao largo de Sakhalin para sobreviver, lembra a WWF. Durante a época principal de alimentação, as baleias precisam de consumir o suficiente para se manterem no resto do ano, quando migram percorrendo longas distâncias para os locais de reprodução. “A sua principal zona de alimentação, perto da proposta plataforma, é duplamente importante porque as águas pouco profundas são um dos poucos locais onde as progenitoras conseguem ensinar as suas crias a alimentarem-se no fundo do mar.”

“Estamos muito surpreendidos com o anúncio da Sakhalin Energy de que pretende construir uma terceira plataforma”, comentou Wendy Elliott, especialista no Programa de Espécies, da WWF internacional. “Avaliações anteriores da companhia tinham concluído que duas plataformas seriam preferíveis em vez de três, por razões ambientais e de eficiência das operações”, acrescentou.

Fonte: Ecosfera

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