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O vegetarianismo como virtude da compaixão

28 de janeiro de 2010
2 min. de leitura
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Não saímos por aí estampando nossas virtudes, assim como um homem materialmente rico não fica enumerando suas riquezas.

Somos muita coisa além de veganos, todos temos nossos aspectos mais ou menos evoluídos. E por meio do que experienciamos na vida, vamos tomando contato com o que podemos melhorar em nós mesmos.

O que me parece injusto, reducionista e segregador, é usarmos o vegetarianismo como uma identidade e não como um aspecto do que somos. Acredito que, com isso, corremos um sério risco de acharmos que somos melhores do que realmente somos – o que nos torna cegos e estagnados em nossa jornada evolutiva.

A virtude da compaixão, do respeito verdadeiro pelo que sentem os outros seres, não vive isolada de outras virtudes. Portanto, insisto que não nos enganemos, principalmente em relação a nós mesmos, achando que colando um adesivo de “sou vegetariano” para a sociedade, estaremos transbordando o que somos ou servindo de exemplo vivo do que se deve ser ou de como se deve viver.

Outras virtudes são igualmente importantes e elas sustentam umas às outras. No caso dos animais, é claro que temos uma emergência pela compaixão, existe a urgência de aprendermos a respeitá-los como sujeitos de direito, pois eles são torturados e mortos todos os dias – e esse direito básico à vida, do qual também usufruímos, é a virtude que sustenta toda a vida na Terra. Não existiremos mais se eles não existirem, se o planeta não estiver sendo cuidado.

A compaixão se tornou uma virtude urgente por conta do que fizemos do reino animal. Mas há uma distância entre compreendermos essa urgência e fazermos do vegetarianismo a nossa identidade, um resumo do que somos.

Compreendamos que uma virtude, quando incorporada, vale para todos os seres: animais humanos, não humanos, plantas, meio ambiente. Somente uma virtude desenvolvida em sua plenitude sustenta a vida para patamares ainda mais pacíficos.

Sejamos todos os nossos aspectos: nossa vontade de voar, nossas fomes mais singelas, nossos princípios de paz, nossos talentos, nossas virtudes e tudo o quanto for de verdade e construtivo para nós humanos e para a vida no mundo.

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