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Os reacionários do antiaquecimento global

19 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
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Das asneiras que escutamos diariamente, a mais difundida e a que possui mais adeptos é a de que o ser humano não tem participação nenhuma nas alterações climáticas que estamos acompanhando há muitos anos, mesmo antes de se falar em aquecimento global.

Mudanças climáticas versus aquecimento global

Desde que entrei na faculdade de Biologia, em 1998, acompanho estudos sobre o clima e alterações no ambiente, estudos sobre o impacto humano na biosfera e as alterações climáticas previstas em modelos matemáticos, que atualmente começam a se cumprir.

Antes mesmo de se nomear “aquecimento global”, o assunto já era explorado e diversos ecossistemas  já apresentavam mudanças em decorrência das atividades humanas.

Achar que o ser humano não tem nada a ver com isso, é no mínimo um cinismo irremediável e um apelo à ignorância.

Os grupos contrários aos milhares de estudos sobre o aquecimento global são reacionários e inclusive são contra vegetarianos, pregam a favor da pecuária e do desenvolvimento a qualquer custo. É a ignorância de muitos séculos que sempre tem suas raízes profundas e seus puxa-sacos de plantão, que fazem trabalho voluntário para espalhar mentiras e retroceder a humanidade um pouco mais.

Existe uma pequena diferença entre os termos mais usados na mídia. Aquecimento global refere-se ao aquecimento do planeta Terra, como um todo. Que tem causas naturais, obviamente, mas também muita participação humana (não esquecendo que somos animais e fazemos parte da natureza também).

Mudanças climáticas são os efeitos do aumento ou diminuição da temperatura na Terra. Tanto um aumento quanto a diminuição da temperatura no planeta pode provocar mudanças climáticas e diversas consequências, como o fim dos solos férteis ou resfriamento de determinadas regiões.

O fato é que o incremento de 6 bilhões de animais humanos joga na atmosfera gases e altera  ecossistemas o suficiente para que algo se altere na atmosfera.

O buraco na camada de ozônio foi um grande exemplo que quase ninguém contestou. A consequência climática do buraco na camada de ozônio é aumento de temperatura! E alguns ainda insistem que não há aquecimento global.

A alteração na camada de ozônio, além do aumento da temperatura, também faz com que os raios solares se tornem mais nocivos para animais e plantas, causando reações nas plantas e doenças graves nos animais, especialmente o humano. Embora digamos “buraco na camada de ozônio”, o que ocorre realmente é que há áreas (chamadas de buracos) em que o ozônio é mais rarefeito, deixando passar raios nocivos para a Terra. E estas áreas não são fixas, elas podem mudar de um ponto a outro. Se não esquecermos que poucos países deixaram de poluir, veremos que o assunto pode ter acabado na mídia, mas o problema do buraco na camada de ozônio ainda está em andamento.

Um detalhe que os leigos não percebem é que aquecimento global não envolve somente o gás carbônico.

Envolve também toda a destruição dos ecossistemas, banhados, áreas úmidas e a poluição das águas que também reforça o aumento da temperatura em determinadas regiões.

O mau uso do solo pela pecuária, o desmatamento, a poluição generalizada e também a superpopulação humana contribuem para aumentar o uso dos recursos, o que, em última análise, afeta o clima.

Como explicar que todas estas atividades humanas não estão contribuindo em nada, e que há um resfriamento, se os estudos demonstram que o aquecimento em diversas áreas, elevação dos mares e visível derretimento das geleiras é algo impressionante e aquele tipo de atitude ideal para colocar um entrave numa humanidade que já não faz nada.

Na próxima coluna, vamos falar que tipo de proposta é esta, que nega o aquecimento global e pretende livrar a humanidade de alguma responsabilidade nesta Terra.

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