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Entidade protetora com dificuldades sofre descaso do poder público e ataques da população

16 de janeiro de 2010
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A presidente da entidade, Shy Kassé, se queixa de que a situação da UIPA seria facilmente resolvida, caso contasse com um apoio maior da administração municipal. “O que eu preciso é de um local novo, até porque a localização da UIPA é irregular lá, realmente é uma entidade que não pode ficar na área urbana, mas não tenho como mudar isso, preciso de ajuda”, destacou.

Foto: Reprodução/A Gazeta Itapirense
Foto: Reprodução/A Gazeta Itapirense

A presidente destacou os impedimentos causados pela má localização da instituição, mesmo com todos os documentos regularizadores da UIPA perante os órgãos responsáveis e fiscalizadores – como CNPJ e registro como organização não governamental. O problema impede a concessão de maiores benefícios: “Por estar em local irregular, não consigo pleitear outras verbas estaduais ou federais, nem fechar parcerias com empresas privadas”, salientou.

Segundo a presidente da UIPA,  diversos pedidos de doação de terreno já foram feitos à Prefeitura, tendo enviado, inclusive, ofícios em que explicava a situação da entidade ao Ministério Público. “Mas a Prefeitura me respondeu, indeferindo o pedido e argumentando que não existe terreno disponível na municipalidade”.

A sede da entidade tem sido constantemente vítima de vandalismo e protestos por parte de moradores da região. “Só na semana passada fomos apedrejados duas vezes, jogaram paus e pedras, inclusive uma cadela foi atingida no olho e precisou passar por cirurgia”, contou. Além deste, outro problema enfrentado pela entidade são os constantes envenenamentos de gatos e cachorros. Mas Shy disse entender os motivos da população, uma vez que “o povo não quer a UIPA lá”.

“Chegaram ao cúmulo de soltar os cães que ficam contidos em canis individuais, são cães ferozes. Soltaram-nos para que brigassem entre si e encheu de gente em cima do muro para assistir a briga”, disse, visivelmente revoltada. “Não tiro a razão dos protestos dos moradores, de forma alguma. O local realmente não tem esgoto decente. Não posso nem mesmo atender a uma pessoa que chegue com um animal doente, tenho que correr pra alguma clínica e isso gera ainda mais custos”, explicou a presidente, revelando já ter perdido a conta de quantos cães a entidade abriga atualmente. “Em breve terminaremos o processo de vermifugação dos animais e aí poderemos, a partir das embalagens, mensurar a quantidade”.

Shy aproveitou a oportunidade para fazer um apelo: “Quero sair de lá e, como não estou conseguindo com o poder público, faço um apelo a quem possa doar um terreno para a UIPA. Também quero pedir sinceras desculpas aos moradores pelos transtornos causados”. A presidente estima que um terreno com 10 mil metros quadrados seria ideal para abrigar a UIPA. “Daria pra concentrar todos os animais, cães, gatos, cavalos, tudo certinho e separado”, finalizou.

Com Informações da Gazeta Itapirense

Nota da Redação: A Organização presta um serviço comunitário, faz um papel social de responsabilidade do município, protege a população de possíveis problemas causados por animais abandonados, cuida de seres que também são de responsabilidade municipal – e de todos os cidadãos – e ainda é apedrejada e chega a um lastimável pedido de “desculpas a todos os problemas causados aos moradores”? É inacreditável! Ao invés da ignorante atitude de apedrejar o local, ferindo animais, ou estimular cães à violência, os moradores deveriam unir-se à causa e ao problema da instituição para ajudar a representante a resolvê-los. Atacada a presidente da UIPA, a prefeitura exime-se ainda mais da questão, que deveria não só ser resolvida como estimulada ao bom funcionamento e ao crescimento, já que cumpre o belo e sensível papel de cuidar de vidas inocentes, vítimas do descaso social.

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