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Polícia fecha abatedouro de cachorros em cidade de SP

12 de novembro de 2009
4 min. de leitura
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Policiais da 2ª Delegacia de Saúde Pública prenderam nesta manhã duas pessoas suspeitas de manter um abatedouro de cães na avenida Miguel Badra, no bairro de Miguel Badra, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo. As informações são da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP).

Foram presos na ação Roberto Moraes, 46 anos, e Roseli Nascimento, 39 anos. Segundo a SSP, a carne era vendida para uma comunidade coreana e, por animal, era cobrado de R$ 180 a R$ 220. Os cães seriam recolhidos da rua, mantidos presos para engorda e depois mortos.

Segundo a polícia, cachorro encontrado vivo ainda seria abatido (Foto: Adriano Vaccari/Futura Press )
Segundo a polícia, cachorro encontrado vivo ainda seria abatido (Foto: Adriano Vaccari/Futura Press )

A Secretaria afirma que a investigação que chegou ao abatedouro começou há cerca de um mês, mas o local já funcionava há pelo menos três anos. Foram encontrados no prédio um cachorro que seria abatido, duas mesas para abate, um freezer com carne, ganchos e outros instrumentos.

De acordo com a SSP, os donos incineravam o que não era aproveitado. A Secretaria não soube informar em quais crimes os dois devem ser acusados.

No Brasil, a venda de carne de cachorro é proibida por lei.

Segundo vizinhos dos estabelecimentos no Bom Retiro, os clientes vinham principalmente à noite e chegavam em carros de luxo.

“O pessoal da comunidade coreana frequenta sempre o restaurante à noite. São pessoas que chegam aqui em ‘carrões’. Quem trabalha na região nem imaginava que eles vinham comer carne de cachorro”, diz Sandro Félix, motoboy, vizinho de um dos restaurantes.

“Trabalho há muito tempo na região e aqui tem vários restaurantes coreanos. Não sei se vendem carne de cachorro, mas o movimento é grande, principalmente de gente da colônia”, disse o comerciante Edson Freitas, que trabalha na região há 43 anos.

Segundo ele, o movimento em todos os restaurantes do Bom Retiro costuma ser maior à noite, quando a maior parte da lojas já fechou.

O estabelecimento que oferecia a carne de cachorro, localizado na Rua Silva Pinto, tem fachada discreta, sem placas que anunciem tratar-se de um restaurante típico. Um corredor leva às mesas. Somente quem conhece o lugar sabe que ali são servidas refeições.

O outro estabelecimento, localizado na Rua Gaurani, apesar de pequeno, tem identificação na fachada.

Segundo a polícia, os dois restaurantes tinham relação com o abatedouro clandestindo em Suzano, na grande São Paulo. Um deles comprava a carne do local, segundo apurou a polícia. No outro estabelecimento o telefone do abatedouro foi encontrado sobre o balcão.

Na tarde desta quinta-feira, agentes da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária estiveram nos estabelecimentos e recolheram amostras das carnes para análise. As peças estavam num freezer e no balcão. Uma amostra do material será levada para o laboratório da Vigilância Sanitária municipal para análise de DNA. Os locais foram interditados e multados, porém o valor da autuação não foi divulgado.

Segundo Flávio Damas, técnico da Vigilância Sanitária municipal, só o exame poderá comprovar mesmo tratar-se de carne de cachorro.

“Nós já identificamos carne de peixe e bovina. Recolhemos amostras da carne que não conseguimos identificar. O próximo passo é realizar uma análise”, diz Damas.

Ainda de acordo coma Vigilância Sanitária municipal, os estabelecimentos também foram autuados por más condições de higiene. Os fiscais constataram sujeira na cozinha e na área das mesas, além de falta de roupas adequadas dos funcionários para preparo dos alimentos.

Maior parte do Bom Retiro é habitada por coreanos

Os coreanos começaram a chegar ao bairro do Bom Retiro nos anos 80. Eles compraram a maior parte do comércio local, que era administrado por imigrantes judeus, que se aposentaram ou morreram, e os filhos decidiram não levar o negócio adiante. Os judeus foram gradativamente saindo do bairro, e se mudando para Higienópolis ou Jardins.

O que antes era comércio familiar, na mão dos judeus, tornou-se uma estrutura empresarial com os coreanos. Além dos negócios, eles compraram casas e apartamentos do bairro. Atualmente, os coreanos representam cerca de 70% das 1.200 empresas do Bom Retiro, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas do bairro.

Assista, aqui, ao vídeo da matéria:

Fonte: Terra e G1 e O Globo

Nota da Redação: A notícia é chocante por tratar-se de animais de nossa intensa estimação, por quem temos amor e carinho. No entanto, é bom lembrar que o mesmo acontece, todos os dias e quase sem nenhuma crítica, com os diversos animais que estão na mesa do almoço e jantar de tantos brasileiros.

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