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Situação de canil improvisado preocupa município

29 de outubro de 2009
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O amor que a aposentada Marina Cândido Pereira, 73 anos, dispensa aos quase 300 animais que ela cuida em casa – 250 cães e 25 gatos – está causando preocupação ao Município, já que não há veterinário responsável pela saúde dos bichos e, segundo a Vigilância Sanitária, as condições são inapropriadas. No dia 23 de junho, a fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente e técnicos da Vigilância Ambiental estiveram na casa e enviaram notificação alertando que a situação é inadequada e que os animais devem deixar o local.

No entanto, segundo o diretor e veterinário responsável do Centro Municipal de Proteção aos Animais de São Leopoldo (Cempa) Fábio Trindade, a Prefeitura não tem condições de abrigar os animais por enquanto. E para que Marina pudesse cuidar dos bichos em casa, teria que montar um canil com registro ou criar uma Organização Não Governamental. Nas duas situações, ela precisaria contar com a ajuda de um veterinário.

Para ele, a reprodução sem controle ajuda a aumentar muito o número de cachorros. “Além disso, muitos pegam um animal para criar e quando não querem mais deixam na porta da casa dela.’’

CENTRO – O veterinário diz que o Centro Municipal de Proteção aos Animais pretende ajudar de alguma forma, mesmo que seja com a castração dos bichos. Mas explica que não há condições de retirar os animais agora. “Temos 380 cães aqui e recebemos de cinco a dez ligações por dia pedindo auxílio em relação a animais de rua. Hoje, não temos condição, mas pretendemos ajudá-la futuramente.’’

Ele se refere também à saúde, já que Marina não conta com auxílio profissional e ministra por conta própria medicamentos. Alguns dos cães estão bem fragilizados, sem pelos e com feridas.

“A casa já não é mais minha”

Trezentos. Esse é o número aproximado de animais criados pela moradora da Campestre Marina Cândido Pereira, 73 anos. Além dos moradores que chegam da rua, muitos nascem no local. Ontem à tarde a idosa fazia o parto de uma gata. Para conviver com todos os bichos, a moradia é toda forrada de jornal e as janelas e portas ficam abertas dando livre acesso durante o dia.

E eles estão por toda parte: em cima do sofá, da cama, da mesa e até da pia da cozinha. “A casa não é mais minha há muito tempo, a casa é deles”, conta Marina. Na hora de dormir e quando ela cozinha, no entanto, todos devem sair.

O quintal de Marina parece um canil. Um voluntário que doou telas fez cercados por toda a parte. Dentro, foram montadas casinhas, todas com telhados e acabamento. Não faltam tigelinhas de água. “É tudo como manda o figurino. Se for para fazer mal feito, não faço’’, disse a idosa, que não pensa em se afastar dos animaizinhos. Na cozinha da casa, ao lado do fogão à lenha, grandes sacos de ração estão empilhados. A idosa recebe ajuda ocasionalmente, mas é de sua pensão que sai o sustento dos bichos há oito anos. O cheiro ruim é forte, mas não surpreende, devido à grande quantidade de bichos.

Fonte: Diário de Canoas

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