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Complexo respiratório viral felino

10 de julho de 2009
4 min. de leitura
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O complexo respiratório viral felino é uma doença que afeta somente os gatos domésticos e felinos selvagens e foi por muito tempo chamada de rinotraqueíte viral felina – no entanto, este nome designa a doença causada somente pelo vírus denominado herpesvírus felino tipo 1. O termo “complexo” é mais adequado, já que o calicivírus felino, responsável pela calicivirose, também está incluído como causador desta doença respiratória. O nome “complexo” é mais correto por abranger doenças provocadas por mais de um agente causador, e também porque os sinais clínicos causados por cada um destes agentes se confundem.

O herpesvírus é um microrganismo que causa a rinotraqueíte, também conhecida como “a gripe do gato“, já que os sintomas são bem parecidos com os de uma gripe comum. Na calicivirose os sintomas são parecidos com os da  rinotraqueíte, sendo que as lesões na boca são bem mais graves e podem alcançar também as narinas. Este vírus pode atacar os pulmões, causando edema pulmonar e pneumonia.

Além disso, frequentemente, ocorrem infecções bacterianas oportunistas, como por exemplo “clamidiose” responsável por sinais oculares etc. (conjuntivite com pus, aguda ou crônica espirros e tosse, pneumonia etc.) que se somam aos demais sintomas, agravando o quadro.

Tanto o herpesvírus, como o calicivírus são capazes de causar sintomas como febre, espirros, tosse, secreção nasal (coriza) e ocular, salivação, perda de apetite, conjuntivite, estomatite, lesões na boca, gengivite e pneumonia. Alguns sinais clínicos, como os problemas oculares, podem ocorrer sem que haja qualquer sinal respiratório. E nem todos os sintomas podem estar presentes num mesmo gato doente.

Essas doenças são extremamente contagiosas entre os gatos, sendo mais perigosas para filhotes e para os imunodeprimidos (com a imunidade baixa – idosos, gatos doentes com leucemia etc.), podendo causar a morte desses animais. Elas são transmitidas por meio dos espirros dos gatos contaminados, do contato com objetos do bichano doente (potes de água e comida, caminha, lençol etc.), do contato das mãos contaminadas com o gato doente e que depois entram em contato com o gato saudável, e da mãe com o filhote (placenta, lambedura dos filhotes).

Cerca de 80% dos gatos com herpesvírus se tornam portadores assintomáticos do vírus para sempre, expelindo-o e podendo apresentar sinais clínicos da doença quando o animal é submetido a estresse (viagem do proprietário, mudança, hospedagem, animal de estimação novo na casa etc.). Já o portador crônico do calicivírus dissemina o vírus de forma contínua e não precisa de um fator como o estresse para essa disseminação. Nem o  calicivírus nem o herpesvírus são infectantes para o homem ou o cão, mas a clamidiose (infecção secundária) é uma zoonose (pode contaminar o ser humano).

Se o seu gato começar a espirrar, tossir, apresentar coriza ou conjuntivite é fundamental que você o leve imediatamente ao veterinário. Somente o médico veterinário poderá diagnosticar o animal, e somente ele poderá diferenciar um quadro alérgico do complexo respiratório. Além do que, somente o veterinário poderá dar informações mais detalhadas a respeito da prevenção e evitação da disseminação da doença.

A única medida preventiva contra o complexo respiratório é a vacinação anual, que deve ser orientada e aplicada pelo médico veterinário. Mesmo que o gato não saia, a vacinação é necessária. Consulte o veterinário sobre o esquema de vacinação. É uma doença grave e pode levar o animal à morte – a mortalidade pode ser alta em gatos jovens ou debilitados.

O tratamento é o mesmo para as duas doenças (herpesvirose e calicivirose). O tratamento do complexo respiratório é realizado pelo veterinário – porém, como é um vírus, o tratamento combate os sintomas.

Não há tratamentos paliativos – os florais de Bach, a aromaterapia, fitoterapia, etc. só podem ajudar no tratamento tradicional, proporcionando mais conforto ao animal, em relação aos sintomas.

Alguns cuidados com o gato com complexo respiratório:
– deixe água fresca à disposição;
– mantenha o ambiente desinfetado e ventilado;
– ofereça dieta pastosa (por causa das feridas na boca, que causam dor), de acordo com a orientação do veterinário;
– mantenha o gato em repouso;
– mantenha o gato aquecido.
– desinfete roupas de cama do gato, bebedouros, comedouros, sapatos dos humanos, mãos;
– não exponha o bichano à fumaça de cigarro.

Portanto, é uma doença grave, que tem apenas prevenção – a vacinação.

Esses dados são apenas de caráter informativo. Procure logo o médico veterinário!

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