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Esperança de dias melhores para os cães de Caeté (MG)

1 de julho de 2009
3 min. de leitura
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Patrícia Dutra
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Caeté é uma cidade pequena da Região Metropolitana de Belo Horizonte e tem 38 mil habitantes. E também uma superpopulação de cães, que vagam famintos, doentes e abandonados pelas ruas.

Há pouco mais de um ano um mecânico apaixonado por animais decidiu realizar um desejo antigo de criar uma ONG para fazer alguma coisa por estes animais. E se juntou a um grupo de 10 pessoas que, por incrível que pareça, não só estão ao seu lado até hoje como estão expandindo as ações da ONG. Com muito, mas muito sacrifício porque a Prefeitura não ajuda em nada, a ONG Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza sobrevive do trabalho de seus voluntários e das doações financeiras de pessoas que também amam bichos e compreendem que algo precisa ser feito por eles.

Sem apoio da Prefeitura, sem um carro próprio e com poucos recursos, sobra mesmo é a determinação e compaixão dos membros da ONG. Eles usam carros próprios, tiram dinheiro do bolso e fazem o impossível para ajudar esses animais. Uma vez por mês eles se reúnem na casa de um membro para definições de novas ações e para fazer a contabilidade.

A última novidade da ONG é a realização de uma Feira de Adoção. Já foram realizadas três, sempre aos sábados, na pracinha de um dos bairros da cidade onde há uma feirinha. Os voluntários da ONG recolhem os filhotes pelas ruas, ninhadas abandonadas, e os expõem na praça. Mas eles não saem de lá sem antes de o novo dono assinar um Termo de Responsabilidade e de ser fotografado com o novo membro da família. Até agora já foram 30 adotados.

Jussara Carvalho, vice-presidente da ONG, é responsável pelo acompanhamento pós-adoção. “Adoção é coisa séria, não é só pegar e levar. A pessoa tem que ter responsabilidade e saber, no mínimo, que o cão vive até 15 anos, precisa de espaço, alimento e cuidados”, afirma Jussara, que recolhe o animal e providencia novo adotante caso a situação do novo lar não esteja de acordo com o acertado.

 A SGPAN já fez duas campanhas de castração em parceria com a Associação Sabarense de Proteção Animal de da Natureza (Aspan), que levou médicos e equipamentos.  Com as duas campanhas – a primeira foi realizada em março e outra em maio – serão quase 1.000 cães e gatos a menos em Caeté em 2009. Para chegar a este total, basta multiplicar o número de animais castrados por 12 (média dos filhotes que cadelas e gatas criam por ano). No caso dos cães, na primeira campanha foram castrados 38 cães e 29 na segunda, totalizando 67 cães (67 X 12 = 804). Se as 11 gatas castradas no último sábado procriassem, seriam 132 gatinhos. Somando este número com os 804 filhotes de cães, chega-se ao total de 936 animais que poderiam nascer se não houvesse a castração.

O grande desejo dos membros da ONG é ter um abrigo para que se concretizar uma parte do tripé castração, posse responsável e abrigamento dos cães de rua abandonados e doentes. A ONG ainda não tem condições de fazer campanhas, mas planeja fazê-las num futuro próximo. E o abrigo poderia vir de uma parceria com a Prefeitura, que infelizmente não demonstra interesse em fazer o mínimo de sua responsabilidade.

Todos os membros da ONG têm cães recolhidos nas ruas em casa… e sofrem porque não há uma infraestrutura mínima para receber os cães doentes, atropelados. Muitas vezes eles correram para Belo Horizonte para tentar salvar alguns. Só quem põe a mão nessa massa é que sabe o que estou dizendo.

Ah, já ia me esquecendo: a ONG tem o nome de Galdina porque em 2007, em Caeté, dois adolescentes jogaram álcool e atearam fogo numa cadelinha, que sobreviveu sete dias internada e recebeu o nome de Galdina. Os adolescentes foram denunciados e responderam processo. A cadelinha morreu… e deu o nome à ONG que hoje salva tantos outros.

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