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Animais de estimação estão cada vez mais acima do peso

7 de junho de 2009
4 min. de leitura
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A obesidade é uma das doenças do mundo moderno que atinge cada vez mais os animais de estimação. A estimativa é de que 6% a 12% dos gatos do mundo estão obesos. Entre os cães, esse número é ainda maior, 25% a 45% deles estão acima do peso. Os médicos veterinários consideram obeso um animal que está com peso igual ou superior a 20% do peso ideal, o que varia de animal para animal.

Animais acima do peso estão mais propensos a ter complicações cirúrgicas, problemas nas articulações, alterações cardiopulmonares e endócrinas, além de serem mais propensos a apresentar diabetes e doenças causadas por infecções.

Segundo a médica veterinária Sirlei Manzan, a obesidade nos animais está, na maioria das vezes, ligada à alimentação em excesso. “Muitos pessoas acreditam que ao alimentar os bichos com comidas caseiras estão fazendo o melhor para eles. No entanto, os pets possuem algumas carências de nutrientes e essas são supridas com ração balanceada”, disse.

Mas não é só uma alimentação errada que causa obesidade em animais. Cachorros idosos, por exemplos, são mais propensos a serem obesos, já que nessa fase eles diminuem o ritmo de vida por não terem mais a mesma energia.

Esse é o caso da poodle Selena, que está com 10 anos. A cadela, além de idosa, se alimentava de forma errada. Um dia precisou fazer uma cirurgia e teve complicações durante a aplicação da anestesia por conta da obesidade.

A dona de casa Darci Sampaio, proprietária de Selena, disse que a poodle começou a engordar a partir dos 6 anos. “Tudo que eu comia oferecia para Selena. Arroz, chocolate, petiscos”, disse.

Apaixonada pela poodle, a dona de casa passou a seguir todas as recomendações passadas pela veterinária e Selena entrou em dieta.

A poodle que pesava 11,5 quilos já emagreceu mais de dois quilos comendo ração light e eliminando de vez as comidas caseiras. “Meus filhos já estão casados e meus netos, grandes. A Selena é como se fosse minha filha, faço qualquer coisa para vê-la feliz e saudável”, afirmou a dona de casa.

Outro motivo que causa a obesidade nos animais é o sedentarismo. “Os bichos precisam passear, brincar, correr e gastar energia. Animais que só comem e não fazem nenhuma atividade engordam”, disse a veterinária.

Divulgação 
 
A castração também é outro fator que aumenta a probabilidade de os animais se tornarem obesos. O gato persa do empresário Luciano Grande começou a engordar depois de ser castrado. Com 4 anos e pesando 7 quilos, a veterinária do persa Miguel resolveu trocar a ração do bichano. “Ele começou a comer a ração específica para gato castrado em outubro do ano passado e até hoje perdeu 500 gramas. Pode parecer pouco, mas isso para gatos faz uma grande diferença”, disse o empresário.

Problemas na tireoide e diabetes também são responsáveis pelo aumento de peso em alguns animais. Além disso, a herança genética, solidão e carência são fatores que contribuem para o aumento de peso.

Como evitar a obesidade nos animais de estimação

Na luta contra a obesidade, todos as ações serão em vão se o proprietário do animal não se conscientizar de que o sucesso do tratamento depende de toda a família. “Juntamente com o dono do animal elaboramos um programa para a redução de peso do cão que passará também por uma série de exames laboratoriais”, afirmou a médica veterinária Sirlei Manzan.

Diagnosticada a causa do problema, o dono deve seguir todas as orientações passadas pelo veterinário. Segundo Manzan, o tutor do animal deve sempre verificar no rótulo da ração as quantidades indicadas para o peso do animal. “Em muitos casos reduzir as quantidades diárias de ração ou mudar para uma ração light é o suficiente para o pet recuperar a forma.  Estabelecer horários fixos para a alimentação e não deixar a ração disponível o dia todo também são importantes na luta contra a obesidade”, afirmou Sirlei.

A comida sempre à disposição da Mel foi o suficiente para que a yorkshire ficasse obesa. A dona de Mel, a veterinária Keila Ferreira, disse que, como sai cedo para trabalhar e só volta à noite, deixava a ração e a água sempre à disposição da cadela.  “Com o passar do tempo percebi que a Mel estava ficando cansada, não conseguia mais subir no sofá e não dava mais conta de caminhar um quarteirão”, disse.

A veterinária resolveu começar logo um tratamento com Mel. Exames laboratórios indicaram que a yorkshire possui problemas cardíacos, o que fez com que Keila seguisse o tratamento de forma ainda mais rigorosa.  “Ela toma um medicamento para o coração e agora come apenas 60 gramas de uma ração especial que auxilia no emagrecimento. Depois que começou o tratamento, já emagreceu um dos dois quilos que precisa perder”, afirmou a veterinária, que não se importa em pagar R$ 41 por quilo da ração especial.

Outra ação importante para ajudar o animal a perder peso é eliminar os petiscos que não são próprios para os pets e reduzir os biscoitinhos caninos entre as refeições. “Também é importante verificar se um animal não está pegando a ração do outro, no caso de famílias que possuem mais de um cão ou gato”, disse Manzan.

A veterinária conta que o maior desafio é mudar a mentalidade dos donos.

Fonte:  Correio de Uberlândia

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