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Onça apreendida no Amazonas não tem para onde ir

27 de maio de 2009
2 min. de leitura
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Uma onça-parda de dois anos e meio que chegou ainda pequena ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, em Manaus, não pode voltar a viver solta na natureza porque não adquiriu o instinto selvagem comum à sua espécie.

Batizado pelos tratadores de Shiva, o felino, que na verdade é um macho, tem entre 25 e 30 quilos, mede 1 metro de comprimento (sem a cauda) e devora 2 quilos de carne por dia.

Segundo Carlos Abrahão, veterinário responsável pelo núcleo de fauna silvestre do Ibama, existem treinamentos que permitiriam readaptar o animal à vida selvagem, mas são tão caros e demorados que raramente são aplicados, mesmo em países ricos.

Estrutura

Por outro lado, o centro de triagem tampouco é pensado para ser o lar definitivo dos animais. O Ibama tenta encaminhá-los para zoológicos ou criadouros autorizados com instalações adequadas. “Temos poucas instituições que podem recebê-lo legalmente”, conta Abrahão. E a maioria deles fica no centro-sul do País, distante de Manaus.

O custo para a transferência, que precisa ser feita de avião, é alto. Além disso, a onça-parda existe em todo o país e, por isso, não há tantos locais interessados em receber espécimes de longe.

Separadas da mãe

Em março, a irmã de Shiva, Krishna, foi levada para um criadouro particular em Santa Rita do Passa Quatro, no estado de São Paulo, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). As duas onças foram encontradas quando ainda tinham poucos meses, em Rio Preto da Eva, no interior do Amazonas.

Abrahão não sabe dizer o que aconteceu com a mãe das duas onças-pardas. Ele aponta, no entanto, que é comum, em casos como este, que caçadores matem a mãe, encontrem os filhotes e fiquem com pena de matá-los também.

Também são comuns os casos em que as pessoas levam os filhotes para casa, mas não conseguem mantê-los quando adultos, já que não podem ser domesticados. “O animal vai crescendo e fica agressivo porque é selvagem”, explica o veterinário do Ibama.

Fonte: Globo Amazônia

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