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CHINA

Traficantes de animais são presos com duas toneladas de escamas de pangolim

Ameaçados de extinção, os pangolins são vítimas de caçadores e contrabandistas que os matam para que suas escamas sejam usadas pela medicina tradicional chinesa na elaboração de remédios sem eficácia comprovada

8 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Fabian von Poser/Getty Images

Um grupo de traficantes de animais silvestres ameaçados de extinção foram presos na China. Com eles, foram encontradas 2,2 toneladas de escamas de pangolim, que foram apreendidas pelas autoridades.

Oficiais da alfândega interceptaram dois homens na cidade de Yulin, situada na região autônoma chinesa de Guangxi. As escamas encontradas com eles haviam sido contrabandeadas do Vietnã, segundo a agência de notícias Xinhua.

Não é a primeira vez que um crime do tipo é descoberto pelas autoridades chinesas neste ano. Em janeiro, a Justiça do país determinou a prisão de 17 pessoas envolvidas no tráfico de 23 toneladas de escamas de pangolim trazidas da Nigéria e levadas para a China.

Desde 2007, caçar animais é crime na China. O país também proibiu, em 2018, a importação de produtos que contenham partes de corpos de pangolins mortos por caçadores.

A espécie sofre com a ameaça de extinção e pode desaparecer por completo se os esforços para combater o tráfico não forem suficientes. Retirados da natureza, os pangolins são submetidos a sofrimento para que, após serem mortos, suas escamas sejam contrabandeadas para serem usadas na medicina tradicional chinesa.

Na China, ainda é forte a crença em supostos tratamentos para diversas doenças por meio de remédios feitos com pedaços de corpos de animais. Não há, porém, nenhuma evidência científica que respalde o uso desses medicamentos.

Apesar da ausência de eficácia comprovada cientificamente, esses remédios continuam a ser usados, o que causou um declínio na população de pangolins no país. Por isso, o governo chinês decidiu aumentar o nível de proteção à espécie através de punições rigorosas para caçadores e traficantes.

Além disso, a prática da caça e do contrabando da fauna silvestre colocam a saúde pública em risco, conforme alertaram cientistas envolvidos em estudos que sugerem que o pangolim pode ter sido o portador intermediário que transmitiu o coronavírus aos humanos. A suspeita é de que a transmissão tenha ocorrido após esses animais serem retirados de seus habitats para serem confinados em gaiolas em um mercado na cidade chinesa de Wuhan.

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