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CRIME AMBIENTAL

Agricultor mata tamanduá a pauladas e caso gera revolta no interior de SP

O corpo do tamanduá-bandeira, espécie sob ameaça de extinção, foi encontrado em frente à casa do agricultor

21 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Um tamanduá-bandeira, espécie ameaçada de extinção, foi morto a pauladas por um agricultor de 47 anos que vive no assentamento Timboré, na cidade de Andradina, no interior do estado de São Paulo. Multado em R$ 5 mil, o agressor deve responder por crime ambiental.

Visto com frequência na região, o animal silvestre chegou a ser registrado em vídeos feitos por moradores da comunidade local. Todos se indignaram ao saber que o agricultor havia espancado o tamanduá até à morte.

Conforme divulgado pelas autoridades na última sexta-feira (18), o agricultor disse que o tamanduá foi morto para consumo humano. Uma equipe da Polícia Militar Ambiental esteve na casa do homem e se deparou com o corpo do animal caído em frente à porta do imóvel.

O caso foi descoberto graças a denúncias feitas pela vizinhança. No entanto, ao ser questionado pelos policiais, o proprietário do imóvel disse que limpava a casa quando dois amigos agrediram o tamanduá dentro da propriedade rural. O interesse dos homens, segundo ele, era de comer a carne do animal silvestre.

Apesar da versão dos fatos apresentada pelo homem, testemunhas afirmam que, na verdade, foi o próprio agressor que matou o animal. Além disso, os outros dois homens que supostamente estariam envolvidos no crime não foram encontrados.

As investigações continuam sendo realizadas e, segundo as autoridades, novas diligências devem ser feitas. Protegido pela lei, o tamanduá têm sua caça proibida sob pena de reclusão de até um ano, além de multa.

“O tamanduá-bandeira corre o risco de ser extinto”

Explorador da National Geographic, o biólogo Vinicius Alberici concedeu uma entrevista ao portal jornalístico por meio do qual reforçou a necessidade de promover políticas públicas que garantam a preservação do tamanduá-bandeira. Caso isso não ocorra, segundo ele, a espécie pode desaparecer da natureza.

“Um aprendizado importante é que a conservação depende das pessoas. No Cerrado do Mato Grosso do Sul, por exemplo, desenvolvemos nossas atividades em propriedades privadas, o que só é possível com o apoio dos fazendeiros. O engajamento das comunidades locais é fundamental para proteger a espécie, principalmente fora de áreas protegidas, onde o cenário é ainda mais preocupante. Por isso, estamos ampliando nossas atividades de educação e comunicação ambiental. Ainda é cedo para afirmar o impacto das ações de conservação, mas uma coisa é certa: se não agirmos de maneira rápida e eficiente, o tamanduá-bandeira corre o risco de ser extinto na natureza”, asseverou.

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