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Instituição de proteção animal repudia 'caridade' de atirador do Realengo, no RJ

8 de abril de 2011
2 min. de leitura
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(da Redação)

Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, o assassino que matou 12 crianças em uma escola em Realengo (RJ), deixou uma carta em que expressa num trecho seu desejo de doar sua casa em Sepetiba para instituições que cuidam de animais.

Leia o que ele escreveu:  “Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço que eu passei meus últimos meses seja doado à (sic) uma dessas instituições, pois os animais são seres desprezados”.

O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, órgão que representa uma centena de entidades de proteção animal de todos os estados brasileiros, no entanto, manifestou repúdio à doação oferecida pelo assassino.

Leia abaixo carta aberta divulgada pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal:

O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, órgão colegiado que agrega uma centena de entidades de proteção animal de todos os estados brasileiros, vem a público manifestar sua solidariedade às famílias das vítimas alvejadas na manhã desta quinta-feira, 7 de abril, na escola municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro.

Nós, que nos dedicamos a defender os animais da crueldade e da violência, lastimamos todo e qualquer derramamento de sangue, e sobretudo, lamentamos a perda de vidas inocentes. Desejamos ardentemente que o pais e familiares das crianças feridas e assassinadas encontrem algum consolo nesta hora de dor imensurável.

Chegou ao nosso conhecimento que o autor da referida barbárie manifestou, em sua carta suicida, o desejo de doar um imóvel para alguma entidade de proteção animal. Afirmamos, porém, que nenhuma instituição dedicada à defesa da vida haverá de se interessar pela pretensa bondade póstuma de um assassino.

Também não entendemos como um ser humano capaz de tamanha atrocidade contra crianças poderia ter algum sentimento positivo em relação a outras formas de vida. Decerto, seu comportamento pode e deve ser creditado a uma perturbação mental de extrema gravidade, que, infelizmente, teve como desfecho esta tragédia.

Nós, protetores de animais, também somos pais, mães, irmãos e irmãs, filhos e filhas, avós, netos… E assim podemos nos colocar no lugar dessas pessoas que agora choram a perda, ou o risco de perda, da vida de seus entes mais queridos.

Com profunda consternação, subscrevemo-nos,

Sônia Peralli Fonseca
Presidente – Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal


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